Empresa aérea iraquiana retoma voos à Síria após oito anos suspensos devido à guerra

A partir de sábado, o aeroporto de Damasco começa a receber voos de Bagdá, capital do Iraque

Escrito por AFP ,
Legenda: Guerra começou em 2011 após o regime do presidente Bashar al-Assad reprimir com violência protestos
Foto: AFP

A companhia aérea nacional iraquiana retomará seus voos para Damasco, capital da vizinha Síria, pela primeira vez desde o início da guerra neste país em 2011, anunciou um porta-voz nesta quinta-feira.  A Iraqi Airways iniciará seus voos de Bagdá a Damasco a partir do sábado, disse o porta-voz da empresa, Layth al-Rubaie. 

Rubaie disse que a retomada dos voos entre os dois países vizinhos é "importante", levando em conta o comércio bilateral, o turismo e "a grande comunidade iraquiana que vive na Síria".

A maioria das companhias interrompeu seus trechos para a Síria, bem como o sobrevoo deste país após o início do conflito, em 2011

Esta guerra arrefeceu recentemente em intensidade depois que o regime de Bashar al Assad recuperou grande parte do país graças ao apoio militar da Rússia contra rebeldes e grupos jihadistas.

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ONU

Apesar da retomada do controle da maioria das cidades pelo regime sírio, ainda há focos preocupantes de confrontos violentos em regiões longe da capital Damasco. O Conselho de Segurança da ONU se reúne nesta sexta-feira (17) para discutir o aumento dos combates no noroeste da Síria, o segundo debate sobre a escalada da violência em duas semanas, informaram diplomatas.

Forças sírias e seus aliados russos aumentaram os ataques na região de Idlib, controlada por extremistas, desde o final de abril. O movimento faz soar o alarme sobre uma possível ofensiva iminente para tomar o território.

Bélgica, Alemanha e Kuwait pediram a reunião urgente, após uma sessão a portas fechadas do órgão na sexta-feira passada. Nesse encontro, vários países manifestaram sua preocupação com a possibilidade de que uma ofensiva sem trégua provoque uma catástrofe humanitária. Cerca de três milhões de pessoas vivem na província de Idlib, incluindo um milhão de crianças.

O Conselho Permanente se reunirá em uma sessão aberta, na qual o chefe de assuntos humanitários da ONU, Mark Lowcock, apresentará um informe.

Legenda: Apesar de o regime sírio ter retomado o controle da maior parte do país, ainda há regiões com confrontos violentos
Foto: AFP

Sul de Idlib

Desde o final de abril, as forças do governo de Bashar al-Assad e a aviação russa intensificaram seus bombardeios no sul de Idlib e em zonas próximas. Os ataques forçaram o deslocamento de cerca de 180.000 pessoas entre 29 de abril e 9 de maio, segundo o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha).

Mais de 370.000 pessoas morreram, e milhões foram deslocadas pela guerra na Síria, deflagrada em 2011 após a brutal repressão de protestos contra Al-Assad.