Democrata Kamala Harris desiste de disputar a Casa Branca em 2020

Senadora pela Califórnia há dois anos e ex-procuradora geral do estado, Harris chamou atenção pelo questionamento rigoroso dos nomeados a cargos no gabinete executivo de Trump

Escrito por AFP ,
Legenda: Kamala Harris fala durante o quinto debate democrata nas primárias da temporada de campanha presidencial de 2020
Foto: AFP

A senadora Kamala Harris anunciou nesta terça-feira (3) que deixará a disputa pela candidatura democrata nas eleições presidenciais de 2020 após uma campanha agitada, uma arrecadação de fundos decepcionante e seu fracasso para se destacar entre tantos adversários.

"Minha campanha para presidente simplesmente não tem as fontes de financiamento necessárias para continuar", disse Harris, de 55 anos, a seus apoiadores por e-mail. 

Harris tornou-se, assim, a primeira das figuras democratas a sair da disputa pela indicação. Agora, 15 candidatos permanecem na corrida.

Após uma campanha promissora lançada em janeiro, a ex-procuradora da Califórnia teve problemas nos últimos meses para definir sua posição em vários assuntos internos do país. 

Harris foi lançado em janeiro e foi a única mulher negra na disputa para enfrentar Trump nas eleições presidenciais de 2020.

"Não sou multimilionária, não posso financiar minha própria campanha", escreveu Harris. "E, à medida que a campanha avança, fica cada vez mais difícil arrecadar o dinheiro que precisamos para lutar". 

Enquanto desenvolvia uma intensa campanha em Iowa, Harris disse que tomou "uma das decisões mais difíceis" de sua vida "nos últimos dias". 

Harris cresceu na cidade californiana de Oakland, de pai jamaicano e mãe indiana, já falecida.

Desde o início de sua carreira, ela acumulou títulos pioneiros. Após dois períodos como procuradora em São Francisco (2004-2011), foi escolhida duas vezes procuradora da Califórnia (2011-2017), tornando-se a primeira mulher, mas também a primeira pessoa negra, a dirigir os serviços judiciais do estado de maior população do país.

Depois, em janeiro de 2017, ela chegou ao Senado, sendo a primeira mulher de origem sul-asiática e a segunda senadora negra na história dos Estados Unidos.