Defesa dos EUA prevê mais manifestações contra filme anti-islâmico

Escrito por Folhapress ,

Uma igreja católica foi "totalmente destruída" e centenas de manifestantes entraram em choque com a polícia em mais um dia de protestos contra o filme anti-islâmico que detonou uma onda de violência em países muçulmanos. Para o secretário de Defesa dos EUA, Leon Panetta, as manifestações que devem continuar pelos próximos dias, mas o nível de violência aparenta estar enfraquecendo.

"O Pentágono mobilizou nossos efetivos em vários locais da região, de modo a estar preparados para responder a qualquer pedidos de ajuda que recebermos, e assim proteger nosso pessoal e as propriedades da América", disse o secretário de Defesa.

Já foram despachados contingentes de "marines" para a Líbia e o Iêmen, mas ele evitou fornecer mais detalhes sobre novos deslocamentos de tropas americanas para o Oriente Médio, onde ocorreu boa parte dos episódios mais violentos.

"Acredito que vamos permanecer muito vigilantes porque eu suspeito que  essas manifestações provavelmente vão continuar por mais uns poucos dias, se não mais", acrescentou, em conversa com jornalistas que acompanhavam sua viagem para a Ásia.

Protestos

Protestos violentos de muçulmanos explodiram nos últimos dias, principalmente em países do norte da África e do Oriente, tendo por alvo preferencial as embaixadas dos EUA. Em um dos desdobramentos mais dramáticos, quatro cidadãos americanos foram mortos durante um ataque ao consulado em Benghazi, na Líbia, na terça-feira (11).

As autoridades líbias informaram neste domingo (16) que pelo menos 50 pessoas foram presas por conta deste episódio, sem fornecer maiores detalhes sobre o prosseguimento da investigação.

As manifestações se espalharam por mais de 20 países em quatro continentes. Centenas de pessoas ficaram feridas nos confrontos com as forças de segurança locais, e pelo menos oito manifestantes morreram.

O estopim foi a divulgação pela internet de um filme amador, produzido nos EUA, e que veiculava insultos ao profeta Maomé.
Seu conteúdo foi considerado blasfemo por muitos muçulmanos. Várias organizações radicais usaram o vídeo como justificativa para protestos contra os EUA.

Neste domingo (16) pelo menos dois países registraram manifestações contra o filme anti-islâmico, em graus variados de violência.
A mais importante edificação da igreja católica de Zinder, a segunda maior cidade da Nigéria, foi incendiada e ficou "totalmente destruída", conforme relataram jornalistas locais a respeito das manifestações contra o filme controverso.

Centenas de paquistaneses tomaram as ruas de Karachi, para protestar contra o vídeo anti-islâmico e entraram em confronto com a polícia, enquanto se dirigiam para o consulado dos EUA, na parte sudoeste da cidade.

A polícia bombas de gás lacrimogêneo e canhões de água para dispersar a multidão, depois que uma barricada foi rompida. Policiais e seguranças privados também fizeram disparos para o ar para afugentar os manifestantes.

Um porta-voz da comunidade xiita local disse que um manifestante foi morto, mas a informação ainda não foi confirmada pelas autoridades.