Corte eleitoral da Bolívia inabilita candidatura de Evo Morales ao Senado
Depois de renunciar à presidência, cargo que exerceu por 14 anos, Morales pretendia se candidatar por Cochabamba (centro), região que abriga o território produtor de folha de coca de Chapare, seu reduto eleitoral
O Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) da Bolívia resolveu, nesta quinta-feira (20), inabilitar o ex-presidente Evo Morales a se candidatar ao Senado, alegando que não cumpre o requisito de "residência permanente" na jurisdição do país que quer representar.
As candidaturas ao Congresso de Morales, daquele que foi seu chanceler, Diego Pary, e do líder de direita Mario Cossío, foram inabilitadas "por não cumprir com o requisito da residência permanente" nas regiões da Bolívia pelas que se candidataram, disse o titular do TSE, Salvador Romero, em coletiva de imprensa.
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Depois de renunciar à presidência, cargo que exerceu por 14 anos, Morales pretendia se candidatar por Cochabamba (centro), região que abriga o território produtor de folha de coca de Chapare, seu reduto eleitoral.
Depois que o tribunal divulgou sua decisão, Morales, que vive exilado na Argentina, escreveu no Twitter: "A decisão do Supremo Tribunal Eleitoral é um golpe para a democracia. Os membros da @TSEBolivia sabem que eu atendo aos requisitos para ser candidato. O objetivo final é a proscrição do MAS (Movimento ao Socialismo)".
La decisión del Tribunal Supremo Electoral es un golpe contra la democracia. Los miembros del @TSEBolivia saben que cumplo todos los requisitos para ser candidato. El objetivo final es la proscripción del MAS.
— Evo Morales Ayma (@evoespueblo) February 21, 2020
No entanto, Romero acrescentou à imprensa que o tribunal eleitoral "rejeitou, por falta de fundamento, os processos de desqualificação contra Luis Arce", candidato à presidência pelo partido MAS.
Arce lidera a intenção de votos com 31,6%, de acordo com uma pesquisa de opinião recente do grupo Ciesmori, seguido pelo ex-presidente centrista Carlos Mesa (17,1%), enquanto a atual presidente interina Jeanine Áñez (direita) está em terceiro, com 16,5%.
Após se renunciar em meio a protestos sociais, Morales saiu do país em novembro e foi para o México. Em seguida, mudou-se para Buenos Aires, capital argentina.