Confrontos entre hindus nacionalistas e muçulmanos, na Índia, matam 33 pessoas

Homens armados com pedras, facas e armas de fogo provocam o caos desde domingo nas áreas periféricas de maioria muçulmana, ao nordeste da capital indiana

Escrito por AFP ,
Legenda: Integrantes do Partido Comunista indiano são presos pela polícia do país por protestarem contra a postura do primeiro-ministro, que consideram ser responsável pelos confrontos causados pela Lei de Cidadania
Foto: AFP

Desde o último domingo (23), 33 pessoas morreram em Nova Délhi, capital da Índia, em confrontos entre nacionalistas hindus e muçulmanos. O balanço atualizado por dois hospitais da cidade também informa que todos foram feridos a tiros. 

Apenas a principal unidade de saúde da área registrou 30 mortos, segundo o diretor do hospital, Sunil Kumar. O centro de saúde da capital notificiou os demais óbitos relacionados aos confrontos.

Na quarta-feira (26) à noite, foram observados incidentes isolados de menor intensidade que não deixaram vítimas, de acordo com informações das forças de segurança.

Homens armados com pedras, facas e armas de fogo provocam o caos desde domingo nas áreas periféricas de maioria muçulmana, ao nordeste da capital indiana, a uma dezena de quilômetros do centro da cidade.

Naquele dia, os grupos armados hindus atacaram locais e pessoas identificadas como muçulmanas, informou a imprensa indiana. De acordo com testemunhas, os agressores gritavam "Jai Shri Ram" ("Viva o Deus Rama").

Os confrontos são motivados pela polêmica lei de cidadania, que muitas pessoas consideram discriminatória em relação aos muçulmanos.

A nova lei facilita a concessão da cidadania aos refugiados, desde que não sejam da religião islâmica. Estes são os piores confrontos em décadas em Nova Délhi.

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, um nacionalista hindu, pediu na quarta-feira aos moradores do território de Délhi "paz e fraternidade". O governador da capital do país, Arvind Kejriwal, havia solicitado ao governo central que decretasse um toque de recolher e a mobilização do exército.