Começa na Alemanha julgamento de grupo neonazista acusado de terrorismo

Segundo a acusação, os integrantes estavam preparando "ataques violentos e agressões armadas" contra imigrantes, opositores políticos, jornalistas e pessoas do setor econômico

Escrito por Agence France-Presse ,
Legenda: As audiências acontecem sob rigorosas medidas de segurança em Dresden, capital da Saxônia, um dos redutos da extrema direita
Foto: Sebastian Kahnert / POOL / AFP

O julgamento de um grupo neonazista acusado de terrorismo e de encorajar uma insurreição na Alemanha começou nesta segunda-feira em Dresden, em meio ao medo da radicalização de grupos de extrema direita no país.

Oito membros com entre 21 e 32 anos do grupo chamado Revolução Chemnitz são acusados de "formar uma organização terrorista de extrema direita". Eles também são acusados de "se reunir para alcançar objetivos políticos para abalar as fundações do Estado com graves atos violentos", declarou uma porta-voz do tribunal regional.

Segundo a acusação, estavam preparando "ataques violentos e agressões armadas" contra imigrantes, opositores políticos, jornalistas e pessoas do setor econômico. 

As autoridades acreditam que os membros do grupo tentavam comprar armas semiautomáticas para causar um banho de sangue em 3 de outubro do ano passado, coincidindo com o Dia da Unidade da Alemanha, que comemora a reunificação do país.

"É, até à data, um dos julgamentos mais importantes contra o terrorismo de extrema direita", disse o procurador federal Peter Frank. O julgamento, que durará até pelo menos abril de 2020 e tem cerca de 75 testemunhas, deve revelar exatamente quais eram os planos do grupo e a importância de sua rede.

Os suspeitos foram presos há quase um ano. As audiências acontecem sob rigorosas medidas de segurança em Dresden, capital da Saxônia, um dos redutos da extrema direita.

O partido xenofóbico antimuçulmano Alternativa para a Alemanha (AfD) obteve 27,5% dos votos nas eleições estaduais realizadas este mês, logo atrás do partido conservador da chanceler Angela Merkel (32%).