Caracas e outras cidades da Venezuela sofrem novo apagão

Regime de Nicolás Maduro culpa EUA e oposição por quedas de energia

Escrito por AFP ,
Legenda: Em Caracas, o apagão prejudicou o fluxo de veículos nas ruas
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Caracas e outras grandes cidades da Venezuela sofreram um novo apagão, no momento em que o país se recuperava de um corte de energia que o paralisou durante quatro dias. A queda ocorreu às 19h0 local (20h10 Brasília), deixando as escuras a capital e cidades como Maracaibo, Valencia, Maracay e San Cristóbal, informaram usuários nas redes sociais.

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A estatal Corporação Elétrica Nacional (Corpoelec) não informou sobre as causas ou o alcance do novo apagão. Desde 7 de março passado, repetidos cortes de energia têm afetado a Venezuela, prejudicando o fornecimento de água, o transporte público, os serviços de telefonia e internet, e paralisando as transações eletrônicas, fundamentais em um país onde a inflação é galopante.

Legenda: Congestionamento em Caracas devido à interrupção do fornecimento de energia elétrica
Foto: AFP

O governo de Nicolás Maduro afirma que os apagões são provocados por "ataques" contra a hidroelétrica de Guri, que gera 80% da energia consumida no país, patrocinados por Estados Unidos e a oposição.

Os apagões são habituais na Venezuela há uma década e especialistas apontam como consequência a falta de investimentos em infraestrutura e a corrupção.

O líder do parlamento Juan Guaidó, reconhecido como presidente interino da Venezuela por mais de 50 países, liderará neste sábado um protesto nacional pelos apagões.

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Cuba

O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, pediu nesta sexta-feira o apoio dos países do bloco caribenho para rejeitar uma intervenção militar na Venezuela.

"Acima de todas as diferenças políticas ou ideológicas, chamo todos os governos do Caribe a defenderem a paz e se oporem a uma agressão militar e à escalada de medidas econômicas coercitivas contra a Venezuela", afirmou Díaz-Canel durante a VIII Cúpula da Associação de Estados do Caribe (AEC), em Manágua.

O mandatário cubano disse que as agressões contra a nação sul-americana "afetam gravemente seus cidadãos e põem em risco a estabilidade de toda a região".

Díaz-Canel recordou que a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (CELAC) se comprometeu, em sua reunião de 2014 em Havana, a trabalhar pela paz na região.

Reiterou que Cuba defende "a solução pacífica de controvérsias a fim de eliminar para sempre a ameaça do uso da força na região" e rejeita a intervenção externa nos "assuntos internos de qualquer estado".

Os Estados Unidos advertiram a Venezuela de que "todas as opções estão na mesa" para conseguir a saída do governo de Nicolás Maduro.

Elliot Abrams, o delegado dos Estados Unidos para a Venezuela, disse na quinta-feira ao Congresso que há mais sanções em consideração dirigidas a instituições que mantenham vínculos com o governo de Maduro.

A AEC está composta por 25 países do Caribe, América Central, México, Venezuela e Colômbia.