Autoridades curdas transportam 21 órfãos do campo de refugiados de Al-Hol

Esses órfãos, vindos do Egito e do Daguestão, na Rússia, são uma pequena parte dos outros 224 que vivem atualmente no campo de Al Hol, que é gerenciado por autoridades curdas e acolhe 68 mil pessoas em situação precária

Escrito por AFP ,
Legenda: Órfãos de várias nacionalidades estavam em campo curdo de refugiados
Foto: AFP

Autoridades curdas transportaram 21 órfãos, sendo dois deles de origem francesa, neste sábado (25) do campo sírio de refugiados de Al-Hol para um outro com melhores condições. Al-Hol é conhecido por abrigar milhares de mulheres e filhos de extremistas do Estado Islâmico (EI). 

Esses órfãos, vindos do Egito e do Daguestão, na Rússia, são uma pequena parte dos outros 224 que vivem atualmente no campo de Al Hol, que é gerenciado por autoridades curdas e acolhe 68 mil pessoas em situação precária. 

Os 21 órfãos foram levados ao campo de Roj, também administrado pelos curdos e situado na Síria, que é melhor equipado, ressaltou Jaber Mustafa, uma das autoridades desse campo de refugiados. 

"Os centros de cuidados infantis do campo de Al Hol carece de muitos serviços básicos", além de profissionais mais qualificados, principalmente médicos e professores formados", afirmou Mustafa.  

Os dois órfãos franceses serão entregues a um representante do governo da França, tendo em vista a repatriação dos mesmos, conforme informou à AFP uma autoridade do campo de Roj que preferiu não ser identificada. De acordo com ele, o processo de repatriação já está acontecendo, embora não se saiba qual a data final, que será definida por Paris. 

As autoridades curdas afirmam que há cerca de 12 mil estrangeiros, entre eles quatro mil mulheres e oito mil menores de idade, nos três principais campos de refugiados sírios, concentrados em sua grande maioria em Al-Hol. 

Segundo as autoridades francesas, aproximadamente 450 franceses afiliados ao EI - entre eles 150 adultos e 300 menores de idade - estão presos em cárcere ou vivendo nesses campos de refugiados sírios.  

A França, assim como outros países ocidentais como a Bélgica, Alemanha e Áustria, resistem a acolher os extremistas e seus familiares. A repatriação fica limitada aos menores de idade, principalmente os órfãos.