Acusado de corrupção, Netanyahu retira pedido de imunidade ao Parlamento

Netanyahu, 70, é acusado de aceitar US$ 264 mil em presentes de empresários em troca de facilitar regulações favoráveis a eles e de oferecer favores em troca de cobertura positiva em um site de notícias, entre outros casos

Escrito por Folhapress ,
Legenda: A retirada do pedido de imunidade foi feita uma hora antes do início da sessão marcada pelo Legislativo para debater o assunto
Foto: AFP

O premiê israelense, Binyamin Netanyahu, retirou nesta terça-feira (28) um pedido de imunidade que havia feito ao Parlamento israelense. O gesto abre caminho para que ele seja julgado por denúncias de corrupção.

Em novembro, Netanyahu foi indiciado por fraude, abuso de poder e quebra de confiança em três casos. Em janeiro, ele pediu ao Parlamento que lhe desse imunidade até as eleições de 2 de março.

A retirada do pedido de imunidade foi feita uma hora antes do início da sessão marcada pelo Legislativo para debater o assunto. "Mais tarde, desmentirei as acusações ridículas contra mim. Não deixarei que meus adversários políticos usem isso [os casos de corrupção] para desviar o foco do processo histórico que estou liderando", disse o premiê, que está em Washington.

Nesta terça, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciará um plano de paz para Israel e Palestina. No entanto, os palestinos não participarão do anúncio e disseram que vão rejeitar a proposta, antes mesmo de sua formalização.

Netanyahu, 70, é acusado de aceitar US$ 264 mil em presentes de empresários em troca de facilitar regulações favoráveis a eles e de oferecer favores em troca de cobertura positiva em um site de notícias, entre outros casos. Se condenado, pode pegar até dez anos de prisão.

O processo contra Netanyahu aguarda julgamento, mas não há prazo previsto: pode levar meses ou anos para ser realizado.

É a primeira vez que um premiê israelense é processado no exercício do cargo. Netanyahu disse que não vai renunciar e chama a acusação de "tentativa de golpe" e de "caça às bruxas". Como primeiro-ministro, ele não tem obrigação legal de se demitir por estar sendo investigado.

No cargo desde 2009, Netanyahu, também exerceu a função entre 1996 e 1999. Na última década, ele dominou a política israelense e foi o principal responsável pela virada à direita do governo do país.

O premiê venceu duas eleições no ano passado, mas não conseguiu votos nem apoio suficientes para formar governo. Com isso, Israel terá a terceira votação seguida em março.