Novo coronavírus se aproxima do status de pandemia; Itália se isola

Sessenta milhões de italianos receberam, nesta terça-feira (10), a ordem de ficar em suas casas, uma medida sem precedentes para tentar frear o avanço do novo coronavírus. Já os turistas, com esse temor, sumiram dos principais roteiros de visitação. 

Desde que apareceu, em dezembro, o mal contagiou 117.356 pessoas em 107 países e territórios. Entre o total de portadores da doença, 4.252 morreram. A doença já se aproxima do status de uma pandemia, alertou a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Fora da China, o número simbólico de mil mortos foi ultrapassado, com vítimas fatais principalmente na Itália (631 óbitos), Irã (291), Coreia do Sul (54) e Espanha (36). Após a Itália e a República Tcheca, a Grécia anunciou, nesta terça, o fechamento de suas escolas.

Após o anúncio do confinamento, a Espanha foi o primeiro país a anunciar a suspensão de todas as conexões aéreas com a Itália até 25 de março. Várias companhias aéreas, como British Airways, Air France, Ryanair, Easyjet ou Wizz Air, também anunciaram a suspensão de seus voos para a península. 

A Eslovênia disse que fechou sua fronteira com o país alpino, depois que a Áustria limitou a entrada em seu território de pessoas da Itália. O Vaticano decidiu fechar a basílica e a Praça de São Pedro ao público até 3 de abril. 

Horas antes, o papa Francisco pediu aos sacerdotes que tenham “a coragem de sair e ir visitar” os contagiados pelo novo coronavírus.

China

A China também confinou um grande número de pessoas para deter a epidemia. Ao todo, 50 milhões de cidadãos tiveram de permanecer em suas casas na província de Hubei, epicentro da Covid-19.

Ao contrário do que acontece na Itália, na China, algumas medidas restritivas foram suspensas nesta terça, coincidindo com a visita do presidente Xi Jinping a Wuhan. Ele conversou com doentes e médicos por videoconferência. O presidente considerou que “a propagação da epidemia estava praticamente contida”.

Na terça, houve apenas 19 novos casos de contágio no país, um número ínfimo, se comparado com as centenas anunciadas em fevereiro.

Espanha

Na Europa, além da Itália, a Espanha é um dos países mais afetados, com 1.639 contágios e 36 mortos. Nas três zonas mais afetadas, a região de Madri, La Rioja e dois municípios do País Basco, as aulas foram suspensas por 15 dias.

Já a Liga espanhola anunciou que todas as partidas de futebol vão acontecer a portas fechadas por duas semanas.

EUA

Nas Américas, a maioria das infecções está concentrada nos EUA e no Canadá, com 679 casos e 27 mortes. 

Na América Latina, existem cem pacientes, principalmente no Brasil (34), Equador (15) e Argentina (12), onde uma pessoa morreu. No mundo inteiro, os países multiplicam suas medidas para amenizar os contágios.

No Japão, as autoridades poderão confiscar prédios para usá-los como hospitais. Na Eslováquia, missas foram proibidas e, na República Checa, escolas foram fechadas. A OMC suspendeu todas as suas reuniões de na terça a 20 de março, após um primeiro caso ser detectado entre seus funcionários em Genebra, na Suíça. 

Cearense na Itália pede para voltar

Francisca Graciane, que mora na Itália há 15 anos, quer voltar para o Brasil, pois a “Itália não tem condições de enfrentar uma epidemia” do novo coronavírus. “Tenho medo de estar aqui, meus filhos são ítalo-brasileiros e eu quero usufruir do meu direito de voltar para o meu país, de ser repatriada”, diz.

Ela e o filho são asmáticos. “Preciso voltar para o meu País. Eu e as crianças, meu marido é de acordo. Não podemos estar aqui, somos asmáticos”.

O Governo Bolsonaro se manifestou informando que não vai repatriar brasileiros.

Comícios cancelados

Os dois pré-candidatos democratas Joe Biden e Bernie Sanders cancelaram na terça comícios em Ohio, diante do novo coronavírus

Alerta em Nova York

O governo de Nova York anunciou, na terça, a implantação da Guarda Nacional em “zona de contenção” em New Rochelle, 45 minutos ao norte de Manhattan