Mais de 40 países vetam avião da Boeing envolvido em acidentes

Ações da empresa americana desabam em Nova York

Escrito por Redação ,
Legenda: Ações da Boeing perdem valor na Bolsa de Nova York após suspeitas sobre modelo 737 MAX
Foto: AFP

O mundo da aviação viu, nesta terça, algo raro: mais de 40 países baniram voos com o Boeing 737 MAX. Foi alegada uma medida de precaução após um acidente com esse modelo de avião no último domingo, o segundo em seis meses. Só os EUA, terra natal da Boeing, evitou uma decisão drástica.

No Brasil, pousos, decolagens e sobrevoos das aeronaves seguem liberados. Só a Gol, única empresa com unidades do modelo, deixou de utilizá-lo temporariamente, afetando até voos que passam pelo aeroporto de Fortaleza.

Em Nova York, as ações da Boeing desabaram 6,15%, nesta terça, após terem cedido 5,33% na véspera, quando empresas e especialistas começaram a questionar a segurança do avião da Boeing. No último domingo, 157 pessoas morreram em um acidente da Ethiopian Airlines que, assim como a China, anunciou a interrupção de voos com o 737 MAX.

"A segurança vem antes de tudo. Até que todas as dúvidas estejam descartadas, determinei que o espaço aéreo alemão seja fechado para os Boeing 737 Max a partir de agora", declarou o ministro alemão dos Transportes, Andreas Scheuer.

"Por medida de precaução, demos instruções de parar todos os voos comerciais de passageiros de qualquer companhia, partindo, ou chegando ao Reino Unido, ou sobrevoando o espaço aéreo", afirmou, por sua vez, a Autoridade britânica da Aviação Civil (CAA).

Os EUA continuaram  a demonstrar confiança na Boeing, com a Agência Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) decidindo manter os voos do tipo de avião no país. "Continuamos envolvidos na investigação do acidente e decidiremos as medidas a serem tomadas com base nos elementos coletados", disse um porta-voz da FAA. A agência pediu ao fabricante da aviação, porém, para fazer modificações na aeronave, incluindo o software de controle MCAS projetado para evitar a perda de comunicações.

Modelo

O MAX é a quarta geração do Boeing 737, que foi lançado em 1967 e se tornou o avião comercial mais vendido do mundo. O modelo é oferecido em quatro tamanhos, 7, 8, 9 e 10, sendo que o 8 teve maior procura. Desde o lançamento, em 2017, foram encomendadas mais de 5.000 unidades do 737 MAX, de acordo com a agência Bloomberg.

Uma aeronave 737 MAX 8 custa em média US$ 121,6 milhões (R$ 467,9 milhões), segundo a Boeing. Esta foi a versão envolvida nos dois acidentes. Na comparação com as versões anteriores, o MAX tem motores maiores, automação de mais itens e capacidade de voar distâncias maiores (até 6.570 km).

O avião também consome menos combustível: segundo a Boeing, e gasta 13% menos na comparação com outras aeronaves atuais de porte similar, com apenas um corredor interno. A empresa também diz que a aeronave é 40% mais silenciosa.

"Especular sobre a causa do acidente e discuti-lo sem saber todos os fatos importantes não é apropriado e pode comprometer a integridade da investigação", escreveu Dennis Muilenburg, CEO da Boeing, em um comunicado enviado aos funcionários.

Países que vetaram voos com boeing 737 MAX

Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Bulgária, China, Chipre, Singapura, Croácia, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Índia, Indonésia, Irlanda, Islândia, Itália, Letônia, Liechtenstein, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Malásia, Noruega, Omã, Polônia, Portugal, Reino Unido, República Tcheca, Romênia, Suécia e Suíça

Empresas que pararam de usar o 737 MAX

Gol (Brasil)

Aerolíneas Argentinas

Aeromexico

Air China

TUI (Alemanha)

Eastar Jet (Coreia do Sul)

Norwegian Air (Noruega)

Royal Air Maroc (Marrocos)