Mais de 3 bilhões de pessoas ficam em casa por causa de pandemia da Covid-19

Lista de países que decretam quarentena ou medidas mais brandas de distanciamento social cresce à medida que firma o consenso de que isolar indivíduos é o meio mais rápido de conter o coronavírus, como mostra a China

Escrito por Redação ,
Legenda: Em Siliguri, na Índia, agentes de segurança vigiam o cumprimento da ordem de confinamento
Foto: Foto: AFP

Nas ruas vazias, o gorjeio dos pássaros substituiu o habitual rugido de buzinas e multidões. A Índia se enclausurou, nesta quarta-feira, o primeiro dia de confinamento nacional contra a pandemia de coronavírus. Desde a meia-noite, o segundo país mais populoso do mundo iniciou um confinamento de três semanas sob o lema: "Fique em casa". Não é a única nação assim. Mais de 3 bilhões de pessoas em quase 70 países ou territórios foram instados a permanecer em casa. O Brasil não decretou confinamento obrigatório nacional.

Dos aproximadamente 7,8 bilhões de habitantes do Planeta (segundo avaliação da ONU), cerca de 2,3 bilhões estão sob confinamento obrigatório em cerca de 40 países ou territórios. Essas populações, no entanto, podem sair de casa para ir trabalhar, se necessário, para comprar itens essenciais ou por razões médicas. Pelo menos sete países ou territórios (mais de 416 milhões de pessoas), entre os quais o Irã, a Alemanha ou o Canadá pediram que sua população ficasse em casa, embora sem coerção. A Rússia entrou nesta lista, nesta quarta-feira.

O toque de recolher, implementado com diferentes horários noturnos, afeta pelo menos 18 países ou territórios, ou seja, cerca de 300 milhões de habitantes. Esse é o caso do Egito ou do Chile. O Equador impôs um toque de recolher mais rigoroso: dura 15 horas e somente é permitido sair de casa entre as 5h e as 14h. Pelo menos três países colocaram em quarentena suas principais cidades, com proibições de entrada ou saída: República Democrática do Congo, Arábia Saudita e Azerbaijão. No total, são cerca de 30 milhões de habitantes.

Na contramão, nesta quarta-feira, a China suspendeu as drásticas restrições impostas por vários meses na província de Hubei, foco da pandemia. Nenhum caso de contágio local foi detectado, nesta quarta-feira em 24 horas no país, mas 47 "importados" do exterior foram registrados. Pequim informou que a quarentena de mais de 50 milhões de habitantes em Hubei, em vigor desde janeiro, será suspensa para que pessoas saudáveis possam se mover.

Cruzeiro

Já o cruzeiro "Diamond Princess", no qual 712 passageiros e tripulantes contraíram o novo coronavírus e 10 pessoas morreram, deixou, nesta quarta-feira, o porto de Yokohama, onde ficou atracado em quarentena.

O navio, que originalmente transportava quase 3.700 passageiros e tripulantes, permaneceu nas manchetes da imprensa mundial quando se tornou o maior grupo de portadores de coronavírus fora da China. O trabalho de desinfecção terminou. A saída do navio encerra a problemática estadia no porto de Yokohama, onde os passageiros do luxuoso cruzeiro foram obrigados a permanecer em suas pequenas cabines durante duas semanas em quarentena a partir de 5 de fevereiro, exceto para breves períodos de exercício.

EUA

A quarentena e distanciamento social estão diminuindo a taxa de contágio pelo coronavírus em Nova York, epicentro da pandemia nos EUA, disse o governador Andrew Cuomo. As projeções de pacientes hospitalizados pelo vírus estão aumentando em ritmo mais lento do que o previsto, devido às rigorosas medidas adotadas no estado, que fechou escolas e empresas e proibiu as reuniões de qualquer número de pessoas.

Estímulos econômicos

Republicanos e democratas do Senado e a Casa Branca alcançaram um acordo, nesta quarta-feira, sobre o plano de estímulo de US$ 2 trilhões para ajudar a economia dos EUA, duramente afetada pela pandemia de Covid-19. O texto de consenso foi alcançado após cinco dias de árduas negociações sobre uma proposta do governo do presidente Donald Trump, acelerando a suspensão das atividades e aumentado a pressão por um plano para mitigar as consequências econômicas. 

Já o Parlamento do Canadá aprovou um pacote de emergência de US$ 75 bilhões para ajudar pessoas e empresas a enfrentar a pandemia. O plano de US$ 107 bilhões (cerca de US$ 75 bilhões) inclui US$ 52 bilhões em ajuda direta a cidadãos e empresas, além de US$ 55 bilhões em adiamentos de impostos. 

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