Macedônia anuncia novo nome após protesto grego

Escrito por Redação ,
Legenda: Em Pella, uma região greco-macedônica, manifestantes protestaram, no início do mês, contra o uso da denominação histórica pela ex-república iugoslava
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Atenas/Skopie. Afinal, será "República da Macedônia do Norte". Os governos de Atenas e Skopie chegaram a um acordo ontem sobre o nome da pequena ex-república iugoslava após 27 anos de diferenças, o que permitirá desbloquear sua adesão à UE (União Europeia) e à Otan (aliança militar do Atlântico Norte liderada pelos EUA).

Ao fim da última maratona diplomática, iniciada em 2017 e que terminou ontem, os premiês da Grécia, Alexis Tsipras, e da Macedônia, Zoran Zaev, anunciaram o acordo.

"Temos uma solução histórica após duas décadas e meia. Nosso acordo inclui o nome da República da Macedônia do Norte", disse Zaev, em Skopie.

No entanto, este acordo que põe fim a 27 anos de disputa político-semântica ainda não é definitivo: terá que ser aprovado no Parlamento macedônio e submetido a referendo antes de ser ratificado pelo Parlamento grego. Na Grécia, o país será reconhecido como Severna Makedonja, ou seja, República da Macedônia do Norte em idioma macedônio, informou Tsipras em mensagem na TV grega.

Este novo nome "faz uma clara distinção entre a Macedônia grega", nome de uma província no norte do país, "e o de nossos vizinhos do norte", comemorou o primeiro-ministro grego.

É "uma grande vitória diplomática e uma grande oportunidade histórica" para a região, que "abre uma janela de amizade, de cooperação e de desenvolvimento conjunto", defendeu em sua mensagem manifestamente dirigida à opinião pública grega, na qual ainda há forte oposição a um acordo.

Alianças

Este acordo deve conduzir a uma revisão da Constituição da Macedônia, coletando as mudanças convencionadas para que a Grécia suspenda por fim as reservas à sua entrada na União Europeia e na Aliança Atlântica.

A Grécia obteve, destacou Tsipras, que seus vizinhos renunciem a reivindicar qualquer relação com a cultura grega antiga da Macedônia, encarnada na figura de Alexandre, o Grande, de cuja herança os gregos reivindicam a exclusividade.

O acordo estabelece, assim, que o idioma do país vizinho, embora continue sendo denominado macedônio, "pertence à família das línguas eslavas do sul".