Família de brasileiros tem sinais suspeitos de coronavírus nas Filipinas

Eles buscaram atendimento na região de El Nido. Enquanto a criança apresentava febre e sintomas respiratórios, o pai sentia dor de garganta

Escrito por Redação ,
Legenda: O coronavírus tem causado preocupação em todo o mundo
Foto: Foto: DALE DE LA REY / AFP

A embaixada do Brasil em Manila, capital das Filipinas, tenta contato com uma família de brasileiros que está no País e que, segundo portais locais, apresentou sintomas suspeitos de coronavírus.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores, a embaixada confirmou o caso após as notícias terem sido divulgadas. De acordo com os portais filipinos, a família é composta por um casal e uma criança de dez anos com histórico recente de viagem à região de Wuhan, na China, epicentro dos casos da doença.

A família buscou atendimento na sexta-feira (24) na região de El Nido, uma área turística das Filipinas. De acordo com a imprensa local, a criança apresentava febre e sintomas respiratórios, enquanto o pai tinha sintomas de dor de garganta. Eles foram transferidos para um hospital em Palawan, onde passam por exames e estariam em observação. Segundo o Itamaraty, o diagnóstico ainda não foi confirmado.

O caso é acompanhado pela embaixada nas Filipinas. Até o momento, o Brasil não registra casos suspeitos de coronavírus, segundo o Ministério da Saúde. Nos últimos dias, ao menos cinco casos de pessoas chegaram a ser informados como possíveis suspeitos de coronavírus por secretarias de saúde, mas todos foram descartados por não se enquadrarem nos critérios da Organização Mundial de Saúde para essa definição.

O ministério ativou um centro de operações de emergência para monitorar a situação na China e possíveis registros no Brasil. O centro foi ativado em nível 1, entre três possíveis, o que indica um alerta inicial para preparação da rede de saúde. É considerado como caso suspeito do novo coronavírus, paciente com sintomas da doença, como febre, tosse e dificuldade para respirar. Além disso, o paciente precisa ter viajado para área com transmissão ativa do vírus nos últimos 14 dias antes do início dos sintomas.

Medidas

A China reforçou ontem as medidas e restrições para impedir a propagação da epidemia de pneumonia viral que já causou 56 mortes e quase 2 mil infecções, enquanto os Estados Unidos e a França se preparam para evacuar seus cidadãos de Wuhan. A cidade de 11 milhões de habitantes está em quarentena desde quinta-feira (23), assim como grande parte da província de Hubei, da qual é a Capital.

Essa medida sem precedentes, que afeta dezenas de milhões de pessoas, tem como objetivo conter a propagação da epidemia, que o presidente chinês Xi Jinping chamou de ameaça "grave".

As autoridades de saúde chinesas disseram no domingo que esse novo coronavírus "não é tão potente" quanto o vírus da Sars (Síndrome Respiratória Aguda Grave), a origem de uma epidemia mortal em 2002-2003, contudo mais contagiosa.

A taxa de mortalidade desse coronavírus "é inferior a 5%", concordou o professor francês Yazdan Yazdanpanah, especialista da Organização Mundial da Saúde (OMS), em comparação com 9,5% da Sars, que deixou 774 mortos no mundo todo, incluindo 349 na China continental e 299 em Hong Kong.

Gui Xi'en, especialista em doenças infecciosas da Universidade Wuhan, disse que o número de infecções pode atingir um "pico" por volta de 8 de fevereiro, antes de diminuir. "Agora, o número de novos pacientes diagnosticados está aumentando dia a dia, mas não deve demorar muito para atingir seu pico", disse.

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