EUA vão limitar a 30 mil admissão de refugiados

Novo limite é inferior à cota de 45 mil para o ano fiscal que termina no fim do mês e é também o mais baixo desde 1980

Escrito por Redação ,
Legenda: O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, justificou a medida, dizendo que os milhares de pedidos pesam sobre o próprio sistema de solicitações
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Washington. O governo de Donald Trump limitou ontem e pelo segundo ano consecutivo a cota de refugiados que recebe em seu território, estabelecendo o máximo de 30 mil pessoas para o próximo ano fiscal.

Este novo limite é inferior à cota de 45 mil para o ano fiscal que termina em 30 de setembro, mas é superior ao número de refugiados instalados no ano passado, estimado abaixo das 21 mil pessoas. Este é o número mais baixo no programa de refugiados do Departamento de Estado desde que este se instituiu, em 1980. "A política de refugiados deste governo serve ao interesse nacional dos Estados Unidos, e amplia nossa capacidade para ajudar os necessitados no mundo todo", assegurou o secretário de Estado, Mike Pompeo, ao informar a decisão em coletiva de imprensa.

"Somos e continuamos sendo a nação mais generosa do mundo", acrescentou. O novo limite apenas supera um quarto dos 110 mil estabelecidos pelo ex-presidente Barack Obama para o ano fiscal 2017.

A cota faz parte da política migratória do presidente Trump. "Continuaremos ajudando os mais vulneráveis do mundo sem perder nunca de vista nosso maior dever: servir o povo americano", disse Pompeo.

Pompeo destacou que as centenas de milhares de pedidos de refúgio, a maioria de mexicanos e centro-americanos, pesam sobre o sistema que avalia as solicitações. Também disse que o governo deve ter mais cuidado para não admitir possíveis criminosos e terroristas.

"Este ano tivemos evidências de que o sistema que funcionava antes era defeituoso", disse. "Ele permitiu o ingresso de um cidadão estrangeiro que mais tarde se descobriu ser membro do Estado Islâmico, assim como outras pessoas com antecedentes penais". Segundo o Departamento de Estado, até 14 de setembro, duas semanas antes do final do ano fiscal 2018, os Estados Unidos haviam admitido 20.825 refugiados, menos da metade da cota deste ano. Deles, 9.566 eram da África, 3.418 da Ásia Oriental, 3.706 do Oriente Médio e da Ásia Meridional, 3.279 da Europa, e 856 da América Latina e Caribe.

Os Estados Unidos foram criticados por receber neste ano poucos refugiados sírios dos centenas de milhares afetados pela devastadora guerra civil iniciada em 2011. Pompeo disse que o país processa atualmente mais de 280 mil pedidos de refúgio, que se somam a outros 800 mil que já aguardam a decisão. A maioria deles é de solicitantes que cruzaram a fronteira do sudoeste dos Estados Unidos.