EUA e mundo homenageiam John McCain

Adversário interno de Trump lutava contra um câncer. Presidentes de diversos países enviaram condolências

Escrito por Redação ,
Legenda: Político tinha 81 anos e sete filhos. Foi um feroz defensor da guerra no Iraque, mas lutou por uma reforma migratória favorável aos imigrantes ilegais
Foto: Foto: AFP

Washington. As bandeiras foram hasteadas a meio mastro na capital dos Estados Unidos ontem, no dia seguinte ao falecimento do senador republicano John McCain, ex-piloto na Guerra do Vietnã e candidato à Casa Branca com uma trajetória política tumultuada, mas homenageado de forma quase unânime.

O senador republicano do Arizona morreu no sábado (25) após treze meses de luta contra um câncer cerebral, e um dia após ter abandonado seu tratamento médico. Ele tinha 81 anos e sete filhos, incluindo três de um primeiro casamento.

Como para John F. Kennedy, Ronald Reagan e Rosa Parks, seu caixão foi exposto na rotunda do Capitólio em Washington, uma honra reservada para aqueles que marcaram a história dos Estados Unidos.

Depois, seguiu para o Arizona, o estado desértico do sudoeste do país que ele representou por mais de 35 anos no Congresso. O funeral será realizado na Catedral Nacional de Washington. Os ex-presidentes Barack Obama e George W. Bush, um democrata e um republicano, deverão pronunciar os elogios fúnebres, a seu pedido, de acordo com o Times. Vários meios de comunicação informaram que há vários meses o senador solicitou expressamente que Donald Trump não participasse, sendo representado pelo vice-presidente Mike Pence.

Ele deverá ser enterrado no Cemitério da Academia Naval de Annapolis, na costa leste, onde cumpriu seu treinamento militar inicial.

"Era um patriota. Independente do partido, era um patriota", disse Hillary Clinton, em uma entrevista emocionante na CNN. O atual presidente norte-americano Donald Trump - John McCain disse em 2016 que jamais votaria no bilionário por quem não escondia seu desprezo - se limitou a escrever no Twitter uma breve mensagem de condolências à família McCain, mas sem mencionar a jornada humana. "Meus pêsames e meu mais sincero respeito pela família do senador John McCain. Nossos corações e orações estão com vocês!", escreveu.

Reações internacionais

John McCain visitava regularmente países estrangeiros como parte de delegações parlamentares. Ele esteve várias vezes em Bagdá, no Oriente Médio e em Kiev, onde havia apoiado a "Revolução Laranja".

No Senado, foi um feroz defensor da guerra do Iraque e lamentou a saída das tropas americans sob o mandato de Barack Obama. Sua defesa de um aumento permanente dos gastos militares era criticada pela direita e pela esquerda como irresponsável. Mas o seu compromisso na luta contra a tortura, por uma reforma migratória favorável aos imigrantes ilegais e na defesa de uma tradição de civilidade, fizeram com que transcendesse as divisões partidárias.

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