EUA buscam endurecer punições contra regime de Maduro na ONU

Conselho de Segurança da ONU discute ações contra a violência das forças de Maduro para impedir a chegada da ajuda humanitária

Escrito por Redação ,

Os EUA e seus aliados vão exercer, nesta terça-feira,  pressão máxima contra o regime de Nicolás Maduro, durante reunião do Conselho de Segurança da ONU, em Nova York. Ontem, a Casa Branca já anunciou sanções contra quatro governadores de estados venezuelanos ligados ao Governo de Maduro por obstruir a entrega de ajuda humanitária, no último fim de semana.

Os EUA pediram, nesta segunda-feira, uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU sobre a Venezuela, após a violenta repressão dos manifestantes no fim de semana, durante uma tentativa de levar ajuda humanitária estrangeira ao país. A reunião do Conselho, marcada para terça-feira, será aberta, informaram diplomatas.

Quatro pessoas morreram no último fim de semana na fronteira venezuelana com o Brasil em confrontos entre as forças de Maduro e civis em busca de ajuda, segundo a ONG Foro Penal. Outras centenas ficaram feridas em confrontos violentos nas fronteiras com a Colômbia e o Brasil.

Dois projetos de resolução sobre a Venezuela apresentados no início de fevereiro, um dos EUA e outro da Rússia, aguardam debate no Conselho de Segurança da ONU.

O projeto dos EUA pede a facilitação da ajuda humanitária internacional e a organização de eleições presidenciais na Venezuela. O russo denuncia as ameaças de uso da força contra o Governo Maduro, mas não tem os nove votos necessários para ser adotado.

Apoio

O vice-presidente dos EUA, Mike Pence, disse, nesta segunda-feira, ao opositor Juan Guaidó, reconhecido por cerca de 50 países como presidente interino da Venezuela, que ele pode contar com o apoio absoluto de Donald Trump. Declarou também que seu país está com todas as opções na mesa diante de Maduro. "A você, presidente Guaidó, uma simples mensagem do presidente Trump: estamos com você 100%", declarou Pence durante uma reunião no âmbito de uma cúpula do Grupo de Lima, em Bogotá.

Já o presidente da Colômbia, Iván Duque, pediu um cerco "mais poderoso e efetivo" contra o Governo de Maduro. "Esta reunião tem que servir para tornar o cerco mais poderoso, mais efetivo e permitir construir rapidamente a transição pela qual o povo da Venezuela clama", disse Duque.

Por sua vez, o presidente boliviano, Evo Morales, pediu ao Grupo de Lima que se busque o diálogo como uma opção para evitar uma guerra que afete a América Latina.

"Irmãos presidentes do Grupo de Lima: Respeitando nossas diferenças políticas e como líderes democraticamente eleitos peço, muito respeitosamente, que busquem uma solução através do diálogo como uma opção para salvar vidas e evitar que a guerra traga destruição para a nossa AL (América Latina)", afirmou.

O Grupo de Lima pediu, nesta segunda-feira, à Corte Penal Internacional (CPI) para considerar a "violência criminosa" de Maduro e a "grave situação" humanitária que está gerando na Venezuela. Os países "decidem solicitar à Corte Penal Internacional que leve em consideração a grave situação humanitária na Venezuela, a violência criminosa do regime de Maduro contra a população civil e a negação do acesso à assistência internacional, que constituem crime contra a humanidade", disse a declaração lida em Bogotá pelo chanceler colombiano, Carlos Holmes Trujillo.

Repúdio à violência

O vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão, que está participando do encontro do Grupo de Lima, que discute a situação política atual da Venezuela, disse que não haverá "aventuras" em relação ao país caribenho. Ele ainda condenou a violência cometida ante manifestantes contrários ao regime de Nicolás Maduro.

Solução Pacífica

Mourão defendeu, nesta segunda-feira, uma solução pacífica para a crise na Venezuela e afirmou que é preciso "buscar caminhos" para Nicolás Maduro "ir embora" do país e com isso ter início uma transição rumo à democracia.