De olho no comércio, vice de Bolsonaro estreita laços com a China

Em visita a Pequim, Mourão citou como prioridades vender mais carne, jatos e sementes para o gigante asiático

Escrito por Redação ,
Legenda: Mourão (à dir.) e o vice da China, Wang Qishan, negociam soluções para melhorar o comércio bilateral
Foto: AFP

A China é, desde 2009, o principal parceiro comercial do Brasil. O comércio bilateral atingiu recorde histórico de US$ 29,5 bilhões, em 2018. Os dois países buscam estreitar os laços. Além da visita do presidente Jair Bolsonaro à China, no segundo semestre, o presidente chinês Xi Jinping virá ao Brasil para a 11ª Cúpula do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), nos dias 13 e 14 de novembro, em Brasília.

Nesta quinta-feira, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, comandou, em Pequim, a quinta reunião da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban), ao lado do vice-presidente do país asiático, Wang Qishan. O grupo não se reunia desde 2015. A visita é uma tentativa de aproximação desde o início da gestão Bolsonaro.

"Tanto o vice-presidente Qishan quanto eu concordamos que a Cosban tem que ser a instância solucionadora de todas as questões que envolvem Brasil e China, até para dar uma organização e método nesse nosso relacionamento", afirmou Mourão.

O vice-presidente disse que o Planalto incluiu, entre as prioridades, um reforço para que a China autorize plantas frigoríficas brasileiras a exportarem carne para o país, a abertura do mercado local para a venda de aviões da Embraer e também uma permissão para que autoridades chineses deem aval para a exportação de sementes geneticamente modificadas, como as usadas no setor açucareiro.

EUA

Já o segundo maior parceiro comercial do Brasil, os EUA decidiram, nesta quinta-feira, apoiar formalmente a entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O anúncio oficial do apoio foi dado durante a reunião do órgão, em Paris. Bolsonaro tuitou que o suporte norte-americano é “fruto da confiança no novo Brasil”.


Em Paris, o chanceler Ernesto Araújo disse que o apoio dos EUA é a “principal peça que faltava” para iniciar o processo de adesão à OCDE.