Conselho da ONU deve insistir em ajuda humanitária à Venezuela

Resolução pedindo a entrega de ajuda humanitária deve ser votada, nesta semana, no Conselho de Segurança da ONU

Escrito por Redação ,
Legenda: Conselho de Segurança da ONU discutiu, nesta terça, a crise venezuelana
Foto: AFP

Os Estados Unidos querem que o Conselho de Segurança da ONU vote, nesta semana, um projeto de resolução que pede que a ajuda humanitária estrangeira entre na Venezuela, informou, nesta terça, Elliott Abrams, diplomata americano na organização.

"Teremos uma resolução esta semana que certamente pedirá que se admita a ajuda humanitária na Venezuela", disse Elliott Abrams, representante americano para esse país, antes de uma reunião do Conselho sobre Venezuela.

Os países europeus que compõem o Conselho pediram, ontem, para organizar as eleições presidenciais na Venezuela para resolver a crise política, pouco antes do início da reunião do órgão.

A última eleição presidencial, realizada em maio, "carece de legitimidade democrática", avaliaram Reino Unido, Alemanha, França, Bélgica e Polônia em um comunicado, pedindo "o retorno à democracia por meio de eleições presidenciais livres, transparentes e confiáveis".

Os europeus condenaram a violência no fim de semana nas fronteiras da Venezuela com a Colômbia e o Brasil e pediram "evitar o uso da força". "Devemos permitir que a ajuda humanitária entre no país", disseram eles.

Quatro pessoas morreram e centenas ficaram feridas em confrontos entre as forças de Maduro e manifestantes em busca de ajuda humanitária no fim de semana, segundo a ONG Foro Penal.

Os membros europeus do Conselho dão seu "total apoio" à Assembleia Nacional da Venezuela, presidida pelo opositor Juan Guaidó, reconhecido como presidente interino por cerca de 50 países.

Brasileiros

O Itamaraty passou a procurar, desde sábado (23), brasileiros residentes na Venezuela para saber se há interesse em obter ajuda para deixar o país. A assessoria de imprensa do Itamaraty afirmou que a estimativa de brasileiros residentes na Venezuela permanece em torno de 13 mil - a mesma de um mês atrás.

Dos 1.900 que responderam ao questionário até o momento, cerca de 600 manifestaram interesse em repatriação, caso a situação piore.