Confrontos na Venezuela mantêm intensidade em segundo dia de tensão
Governo e oposição seguem traçando estratégias em meio à instabilidade política no País. Juan Guaidó tenta mobilização para greve geral. Em dois dias de duelo, números extraoficiais contabilizam, pelo menos, 147 feridos
No dia seguinte ao clima de tensão que deixou pelo menos 69 feridos na Venezuela, na última terça-feira (30), em meio a conflitos entre militares e apoiadores do líder oposicionista Juan Guaidó, as ruas de Caracas continuaram movimentadas durante todo o dia de ontem.
Pelo menos 78 pessoas ficaram feridas, ontem, em decorrência dos confrontos entre manifestantes contrários ao presidente Nicolás Maduro e as forças leais ao Governo.
Segundo a deputada Manuela Bolívar, 89 manifestantes foram detidos. Na terça, outras 150 pessoas haviam sido presas. Ainda de acordo com a deputada, protestos ocorreram em 397 pontos no País. O g=Governo Maduro não divulga números oficiais de feridos ou detidos nos atos.
Nicolás Maduro voltou a chamar os líderes opositores Juan Guaidó e Leopoldo López de golpistas e disse que os dois são marionetes do presidente americano, Donald Trump. "Jamais haverá uma marionete como presidente no Palácio de Miraflores", disse em discurso em Caracas, se referindo à sede do Governo.
O sucessor de Chávez também afirmou que a Guarda Nacional Bolivariana não vai permitir que aconteça um golpe contra ele, e declarou ainda que foi o povo que o escolheu e que apenas o povo poderá tirar-lhe do cargo. O venezuelano criticou ainda o assessor de segurança nacional da Casa Branca, John Bolton, e acusou ele de ser o responsável por comandar a oposição venezuelana.
O líder opositor venezuelano, Juan Guaidó, voltou a defender a tática adotada por ele contra Nicolás Maduro e pediu o início de um movimento que culmine com uma greve geral no País. "Nesta fase de nossa luta, não há retorno para as ruas e os protestos já que estamos próximos de conquistar nossos objetivos", escreveu em uma rede social.
O presidente da Assembleia Nacional disse que, após receber apoio de militares na terça, a oposição agora conta com a participação de funcionários públicos.
"A partir de amanhã (hoje), todos os funcionários públicos e de serviços estratégicos devem ocupar seus espaços de trabalho para reclamar da usurpação", afirmou ele, que costuma chamar Maduro de usurpador. Guaidó pediu que esses funcionários usem a bandeira da Venezuela ou um pano azul na roupa (que simboliza o apoio à oposição).
Segundo ele, essas ações localizadas devem continuar crescendo até ser possível uma greve geral no País.