Brasil é um parceiro estratégico, dizem EUA

Escrito por Redação ,
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Lula se reúne com Obama e discute energia, clima, economia global e Irã; Brasil e França defendem G14

L´Aquila, Itália. O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, se reuniu ontem com o colega americano Barack Obama, em um encontro paralelo à Cúpula do Grupo dos Oito (G8, os sete países mais desenvolvidos e a Rússia). A conversa gravitou em temas como energia e clima, Honduras, economia global e Irã. Segundo a Casa Branca, para os Estados Unidos, o Brasil é um ´parceiro estratégico´ no que se refere a esses assuntos.

De acordo com o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, eles conduziram uma parte da conversa durante a cúpula. ´Obviamente, o presidente Obama acredita que o Brasil pode ser um parceiro estratégico muito próximo dos Estados Unidos, dentro de uma variação de assuntos´, disse Gibbs.

Obama e Lula concordaram em continuar a trabalhar juntos na liderança das discussões sobre mudança climática na conferência de Copenhague, no final deste ano, informou o porta-voz da Casa Branca, por meio de um comunicado.

Obama disse a Lula que apreciou a coordenação dos esforços entre países, a fim de que chegassem a uma solução diplomática para a crise em Honduras, desde o golpe militar que depôs o presidente José Manuel Zelaya.

Ambos os presidentes concordaram no ´trabalho conjunto para o que for necessário para o restabelecimento da economia aos poucos, a partir de passos que podem obviamente ajudar os mercados emergentes na demanda global de exportações´, afirmou Gibbs. ´E houve uma discussão a respeito de regulação financeira e como isso será um grande tópico quando nações estiverem juntas em Pittsburgh´, disse, em alusão ao encontro do G20, em outubro.

Na visão de Obama, o relacionamento do Brasil com o Irã traz uma ´oportunidade única´ para repetir a mensagem do G8 sobre a responsabilidade do país do Oriente Médio perante à comunidade internacional.

´O relacionamento dá aos oficiais brasileiros a habilidade de intermediar a mensagem junto ao governo iraniano´, afirmou Gibbs.

Durante o encontro, que durou 30 minutos, Lula presenteou Obama com uma camisa da Seleção Brasileira autografada por todos os jogadores que foram campeões da Copa das Confederações na África do Sul no mês passado.

Os Estados Unidos foram adversários do Brasil na final da Copa. Apesar de terminarem o primeiro tempo com vantagem de 2 a 0, os americanos acabaram derrotados por 3 a 2.

G14

Ontem, o Brasil e a França defenderam uma rápida evolução das reuniões do G8 para um formato que inclua de maneira institucional as potências emergentes, declarou o presidente francês, Nicolas Sarkozy, depois do encontro entre os dois grupos, na Itália.

´Informamos ao presidente Lula nossa vontade de que o G8 evolue. Não é que as reuniões do G8 já não tenham utilidade, mas fica claro que sua representatividade já não é mais suficiente´, disse Sarkozy.

Na opinião do chanceler brasileiro, Celso Amorim, Sarkozy fez ´uma defesa muito forte e direta´ da transformação do G8 em G14 e que Lula havia feito uma intervenção no mesmo sentido, durante almoço de trabalho, como parte da cúpula.

Críticas

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, criticou ontem o G8 por não ter assumido mais compromissos para o combate às mudanças climáticas no curto prazo. ´As políticas não são suficientes´, afirmou o secretário durante a cúpula.

Ban Ki-moon disse que os países industrializados devem financiar os países pobres para que se adaptem aos efeitos do aquecimento global. Os países em desenvolvimento também estão insatisfeitos com a recusa do G8 em assumir compromissos mais ambiciosos.