Analista avalia reunião de cúpula entre Coreias

Escrito por Redação ,

Especialista em desarme nuclear, do centro de estudos Carnegie Endowment

Como avalia o resultado da cúpula de Pyongyang?

A cúpula fez alguns progressos importantes para a relação entre as Coreias, criou confiança e reduziu a possibilidade de confronto militar. Algumas iniciativas, especialmente na área econômica, são limitadas pelas sanções da ONU, e, portanto, estão mais para promessas. Moon e Kim assumiram compromissos que podem manter o processo vivo, e Trump parece continuar apoiando seus esforços.

O nível das negociações avançou?

Moon não é o primeiro líder sul-coreano a visitar Pyongyang, mas se Kim Jong-un visitar a Coreia do Sul seria algo sem precedentes. Na área nuclear, negociações anteriores foram muito mais longe no congelamento das atividades norte-coreanas. Nas relações intercoreanas, a redução das tensões militares parece promissora. Estou relativamente otimista nesse ponto, mas menos confiante de que esse progresso será acompanhado por uma reversão do programa de mísseis e armas nucleares de Pyongyang.

Essa negociação tem credibilidade?

Há muitos céticos em Washington e Seul. Eles acreditam que a Coreia do Norte está apenas ganhando tempo para consolidar seu programa nuclear. Ao mesmo tempo, quanto mais Moon avançar com esse processo, mantendo Trump a bordo, mais difícil será revertê-lo, o que significa que ele se tornará mais crível com o tempo.

Quais são os próximos passos e os riscos?

Parece plausível que Kim visite Seul, mas se isso acontece antes ou depois de ele encontrar Trump novamente é uma questão. A sequência das reuniões é importante. A declaração da cúpula de Pyongyang coloca sobre os EUA o ônus de negociar com a Coreia do Norte a respeito do fechamento da central nuclear de Yongbyon. A visão predominante em Washington ainda é que a Coreia do Norte precisa dar um passo concreto que demonstre sua real intenção de se desnuclearizar.