Zoneamento possibilita organizar políticas sustentáveis na Capital

No painel "Cidades em risco: a emergência climática na pauta da política urbana", especialista aborda estratégias para as cidades, como o zoneamento. Atividade fez parte do último dia de seminário sobre políticas públicas

Escrito por Redação , metro@svm.com.br
Legenda: Painel no Centro de Eventos reúne arquitetos, urbanistas e gestores para debates
Foto: FOTO: HELENE SANTOS

Alagamentos, desabamentos e outros riscos graves são questões que retornam todo ano em períodos de chuva, sobretudo em regiões periféricas de Fortaleza. Pensar o planejamento de uma cidade também é considerar de que modo o clima afeta os moradores nas diferentes estações do ano. O debate fez parte do painel "Cidades em risco: a emergência climática na pauta da política urbana", realizado ontem (6) no Centro de Eventos do Ceará, como parte da programação do 4° Seminário Internacional de Políticas Públicas Inovadoras para Cidades.

Para o arquiteto e urbanista Fernando de Mello Franco, do Instituto de Urbanismo e Estudos para a Metrópole, de São Paulo, o zoneamento da cidade traz instrumentos para organizar maneiras de pensar uma cidade mais sustentável. O pesquisador apontou que a realização de um estudo aprofundado sobre a cidade possibilita mostrar alternativas que, ao longo do tempo, evidenciam estimativas de locais onde os investimentos públicos podem ser potencialmente realizáveis.

"A gente começa a poder mensurar os impactos e, a partir disso, a ter novas evidências que possibilitem justamente formar as políticas públicas e tomar as decisões", afirma Fernando. Para ele, esse é um ponto importante para gestores e estudiosos que estão preocupados em encontrar caminhos de estruturação de políticas públicas inovadoras para centros urbanos.

No processo de inovação das políticas, Fernando elenca a relevância da tentativa e do erro, uma vez que a partir de ensaios e do monitoramento dos impactos de determinadas ações é possível rever ferramentas que podem não estar trabalhando de modo correto. Logo, sem efeito.

"A eficácia e a potência dos instrumentos urbanísticos dependem justamente da capacidade de otimização entre o campo político, a capacitação da máquina pública e a capacidade de formação das políticas públicas", afirma. É com a integração dessas três esferas que ele acredita ser possível 'empoderar' os municípios e a sociedade para traçar novos caminhos.

Balanço

No último dia de realização do evento, a Secretaria de Relações Internacionais e Federativas da Prefeitura de Fortaleza, Patrícia Macêdo, recebe positivamente o aumento na presença de pessoas no 4° Seminário Internacional de Políticas Públicas Inovadoras para Cidades.

"No terceiro seminário eram em torno de 500 a 600 pessoas. Dessa vez dobrou. Havia em torno de mil pessoas por dia", aponta.

O aumento no público está relacionado à abertura das inscrições para as universidades, para a sociedade civil e para membros da Prefeitura. "A nossa primeira ideia foi fazer uma coisa fechada para gestão, buscando colocar os secretários e gestores na mesma página, mas com o tempo vimos a necessidade de abrir", explica Patrícia Macêdo.

Entre os dias 4 a 6 de março, foram discutidos sete painéis temáticos: Mobilidade, Espaços Urbanos e Cidadania, Saúde, Juventude e Empreendedorismo, Economia e Cidades Criativas, Educação, Primeira Infância e Protagonismo das Cidades. Segundo a secretária, cada atividade buscou apresentar melhorias eficientes e de baixo custo que pudessem atender os cidadãos fortalezenses.

"O seminário traz ideias que ainda são passíveis de serem adaptadas e implementadas à nossa realidade. É um esclarecimento e uma ampliação da nossa visão para ver o que está acontecendo no mundo de mais moderno, que tenha maior impacto na vida das pessoas", diz a gestora, contente com as discussões geradas na quarta edição do evento.

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