Surtos de sarampo no País estimulam a prevenção em Fortaleza

Na Capital cearense, o último caso confirmado de sarampo foi registrado em maio de 2015. Apesar da situação "confortável" de cobertura vacinal, é recomendado que a população mantenha a vacinação em dia

Escrito por Redação , metro@verdesmares.com.br
Legenda: Crianças devem receber a primeira dose com um ano de idade, e a segunda com um ano e três meses
Foto: FOTO: SAULO ROBERTO

A preocupação se tornou uma lembrança. Em maio de 2019, completaram-se quatro anos desde o último caso confirmado de sarampo em Fortaleza. O Brasil chegou a receber a certificação de país livre da doença, da Organização Pan-Americana de Saúde em 2016. Porém, o vírus voltou, com um novo caso confirmado neste mês na cidade de Natal, no Rio Grande do Norte.

Para prevenir o retorno da doença à Capital cearense, a importância da vacinação vem sendo enfatizada pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS). "São Paulo está tendo um surto enorme. Aqui em Fortaleza, não tivemos nenhum caso confirmado. Tivemos vários casos suspeitos e, quando a gente tem caso suspeito, fazemos o bloqueio de todas as pessoas que tiveram o contato, e vacinamos", esclarece Vanessa Soldatelli, coordenadora de imunização da SMS. "Estamos tomando medidas de prevenção, na verdade. É sempre melhor andar na frente do vírus do que correr atrás dele, como ocorreu em 2014 e 2015".

A vinda de turistas estrangeiros é um fator que contribui para a necessidade de prevenção, uma vez que, segundo a coordenadora, o continente Europeu está vivenciando um surto de sarampo, o que também ocorre anualmente nos Estados Unidos.

Apesar da boa cobertura vacinal na cidade, o surgimento de novos casos ainda é uma possibilidade, em especial, devido às pessoas que optam por não se vacinarem, e pais que decidem não imunizar os filhos. "É por isso que não conseguimos captar todo mundo. Por melhor que seja a situação, não podemos cruzar os braços e achar que a doença não vai chegar", alerta.

Doses

O principal objetivo, segundo ela, é proteger a população. "Nós queremos que todas as pessoas com até 29 anos de idade tenham, pelo menos, duas doses da vacina, e que todas as pessoas de 30 a 49 anos tenham ao menos uma dose. Aí sim vamos saber que temos uma população totalmente protegida", ressalta.

Soldatelli afirma que, em Fortaleza, a vacina do sarampo está disponível em todos os postos de saúde, de segunda a sexta-feira, até as 18h30. Aos sábados e domingos, a população pode se dirigir a duas unidades que funcionam exclusivamente para vacinação, até 16h30: o Posto de Saúde de Messejana, e o Posto de Saúde Irmã Hercília Aragão, no bairro São João do Tauape.

"A gente tem um prontuário eletrônico onde a gente cadastra todas as pessoas que procuram o posto e que recebem vacina, então temos um cartão virtual de todas as pessoas cadastradas em todos os postos", explica a coordenadora de imunização. A partir de tais prontuários, os gerentes de cada posto de saúde elaboram um relatório mensal de "faltosos", principalmente as crianças, e entregam aos agentes de saúde, que realizam a busca ativa das crianças a fim de vaciná-las.

A primeira dose da vacina deve ser aplicada quando a criança completar um ano de idade. A segunda é aplicada com um ano e três meses. Já os adultos de até 29 anos que não têm comprovação de vacina, devem receber duas doses com intervalo de 30 dias. Pessoas entre 30 e 49 anos de idade devem ter, pelo menos, uma dose da vacina.

Transmissão

O sarampo é uma doença grave e que se dissemina rapidamente. Os primeiros sintomas incluem febre acompanhada de tosse persistente, irritação nos olhos, coriza, congestão nasal e mal-estar intenso. Há, ainda, o aparecimento de manchas avermelhadas no rosto, que progridem em direção aos pés.

"A transmissibilidade do sarampo é muito grande. É pela tosse, pelo espirro, pela fala. Em qualquer lugar que a pessoa doente vá, ela pode transmitir a doença. Uma pessoa passa para a outra, e isso é muito difícil de evitar. A vacinação é a melhor prevenção". 

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