Roberto Carlos proporciona noite de emoções no Castelão

Cerca de 45 mil pessoas foram prestigiar o show do Rei, que repetiu o seu estilo elegante de tratar o público

Escrito por Redação ,
Legenda: Carismático e sereno, Roberto Carlos abriu o tão aguardado show por volta das 21h50
Foto: Foto: Davi Farias

Amor, pequenos detalhes da vida a dois, lembranças, saudade, sexo, enfim, as emoções que dão cor e sentido à vida humana estiveram, novamente, no palco em que a grande estrela foi um artista que, em mais de 50 anos de carreira e prestes a completar 73 anos, empolga multidões.

Carismático e sereno, Roberto Carlos abriu o seu tão aguardado show às 21h50, com 20 minutos de atraso. E, parecendo não estar muito preocupado em dourar a pílula, começou mesmo com Emoções, como seus fãs já esperavam. "Quando eu estou aqui, eu vivo esse momento lindo e as mesmas emoções se repetindo". Não deu outra: arrancou aplausos e gritos da plateia.

Coube ao humorista Tom Cavalcante fazer a introdução do show. Brincou ao falar que "já tinha combinado com São Pedro para não ter chuva". Também lembrou que Fortaleza é a primeira cidade do País a receber o rei no mês do seu aniversário.

Tão logo parou de cantar a primeira música, os presentes cantaram o parabéns para o Roberto, que agradeceu e elogiou a beleza da Arena Castelão. "Ficou realmente muito bonito".

O Rei confirmou que não precisa de muito esforço para empolgar e encantar o público. Sucessos novos e antigos, um pouco de conversa descontraída e carinhosa com o público foram suficientes, nos minutos iniciais da apresentação, para ratificar um reinado que já se arrasta desde os tempos da Jovem Guarda, na década de 1960.

Temática religiosa

Em cena, o cantor nascido em Cachoeiro de Itapemirim (no Espírito Santo), em 19 de abril de 1941, repete a cada apresentação o estilo elegante de tratar seu público, gente de todas idades, que têm em comum o apreço por músicas românticas. No show de ontem, Roberto também não decepcionou quem o admira pelas temáticas religiosas que aborda. Dentre outras faixas, ele cantou Ave Maria.

Já em clima de aniversário, o Rei realizou, ontem, o maior show de um artista um nacional na Arena Castelão, após a realização de uma ampla reforma e modernização, tendo em vista receber aqueles que virão ao Brasil para a Copa do Mundo.

O público estimado pelos organizadores do espetáculo inicialmente em 40 mil pessoas, duas horas antes do início da apresentação subiu para 45 mil, conforme a empresa organizadora, a Arte Produções. Emoções não faltaram na noite.

Aplausos, casais de namorados se abraçando e repetindo as músicas, gente chegando de última hora, correndo para entrar à de assistir ao início da apresentação e gente que veio de longe. Valeu tudo para ver o ídolo. Uma família de Sobral chegou cedo e se sentou nas cadeiras numeradas e esperou ansiosa. Mas antes mesmo do início, seus componentes já demonstravam satisfação em ter vindo ver o show. O médico João Pompeu Magalhães, 60 anos, a educadora aposentada Leda Magalhães, 60, sua filha, a médica Martha Pompeu, 29, e o marido Márcio de Araújo, esperavam em clima de alegria e união. "Sou fã dele desde a Jovem Guarda. É muito tempo", brincou Leda Magalhães. O marido, João Magalhães, adiantou que considera Roberto Carlos um poeta, que fala de tudo e de todos temas que interessas a homem comum.

A chuva (ou chuvisco) em alguns momentos atrapalhou, mas principalmente antes do início do show. E atrapalhou sobretudo aos fãs que pagaram para ficar em um dos pontos mais próximos do Rei, nos setores Azul e Amarelo. A comerciante Glória Oliveira se apressou para sair do local. "Estou gripada, vim por gosto dele, mas não posso levar nem neblina", disse.

É claro que a noite não passaria sem "Esse Cara Sou Eu" e "Furdúncio". Com o sua banda, ídolo na música brasileira premiou os fãs como músicas na música em homenagem à mãe, Lady Laura, que morreu em 2010. Não esqueceu "Detalhes", "Eu te amo, eu te amo", "Eu não sou de ferro", "Além do horizonte" e muitas outras canções inesquecíveis.

Encantou os presentes quando falou de sua felicidade em se apresentar novamente na cidade e desejou parabéns pelo aniversário da cidade no próximo dia 13. Em cena, o rei manteve a elegância no trato com o seu público fiel e mais uma vez realizou um belo show.

Acesso à Arena foi tranquilo

A Arena Castelão passou por mais um "evento teste" antes da Copa do Mundo de 2014. Com um público estimado em 40 mil pessoas, o estádio, que ainda conta com obras de mobilidade urbana inacabadas no entorno, recebeu ontem o show do Rei Roberto Carlos. O movimento começou logo cedo, às 18h, quando os portões abriram.

Diferente de shows anteriores, a exemplo do Elton Jonh, quando o público teve acesso tranquilo, ontem, o trânsito foi intenso. Contudo, apesar da grande quantidade de veículos, o tráfego fluiu normalmente. Do lado de fora do Castelão, uma enorme fila se formou na entrada do público, chegando quase à obra do túnel no cruzamento das avenidas Alberto Craveiro com Paulino Rocha. Em alguns momentos, o clima ficou tenso, com pessoas furando a fila.

Algumas chegaram a esperar 20 minutos para conseguir entrar. A aposentada Claudemira Lemos, 74, aguardava no início pelos familiares que estavam na fila. Fã declarada do Rei, ela conta que veio de Beberibe, a 80 km da Capital, para acompanhar o evento. "Sou fã dele, porque morava em Santos, São Paulo, quando ele era garotão. Agora moro no Ceará, fui vê-lo outra vez, mas não deu certo. Então estou voltando hoje. Todos são fãs, não tem idade", destaca.

Estacionamento

O policial militar Marcelo Furtado, 47, reclamou do acesso ao estacionamento da Arena. "É muito desorganizado, a gente passa uma hora e meia para entrar e mais um sufoco para sair. Ou vem em alguma van fretada ou para o carro em estacionamentos próximos", comenta.

Com intuito de dar maior segurança ao público e uma maior fluidez ao trânsito, órgãos públicos montaram um plano operacional que envolveu 949 pessoas, sendo 319 da Secretaria de Segurança Pública e Desenvolvimento Social (SSPDS), 130 agentes da Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e de Cidadania (AMC), 68 guardas municipais, 424 seguranças privados e oito pessoas do Juizado de Grandes Eventos.

Desvios

Para tornar o acesso à Arena mais fácil, a Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e de Cidadania (AMC) fez desvios na Avenida Alberto Craveiro e na Rua Ademar Paula. Com as mudanças, os veículos que ficaram no estacionamento da Arena Castelão tiveram de se deslocar à pista esquerda até a Rua do Contorno. De lá, a pista da esquerda ficou para os veículos que seguiam para o estacionamento, enquanto a da esquerda ficou só para desembarque.

Na Avenida Alberto Craveiro, sentido Castelão, a prioridade foi para táxis e o transporte coletivo. O semáforo que fica no cruzamento com a Rua Pedro Dantas foi desligado às 18h na operação de chegada, ficando proibido, inclusive, as conversões. Na Avenida Paulino Rocha, os veículos tiveram de sair pela rotatória, fazendo o desvio nas ruas Juscelino Kubitschek, Professor José Silveira e Pompílio Gomes. Puderam seguir também pela Avenida Silas Munguba, que estava com o trânsito liberado.

Mozarly almeida
Repórter

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