Pinacoteca vai funcionar de forma parcial até o fim do ano

Espaço destinado à exibição e produção artística começará a operar em setembro, segundo Secult

Escrito por Redação ,
Legenda: A estação deixou de operar em janeiro deste ano e a previsão era que os serviços funcionassem até dezembro. Eleições seriam o motivo do atraso
Foto: Foto: José Leomar

Quem passa em frente aos galpões anexos à Estação Ferroviária João Felipe, no Centro de Fortaleza, pode não perceber, mas internamente, os sete imóveis que totalizam 6,3 mil metros quadrados de piso estão em reforma para abrigar três equipamentos culturais (incluindo uma pinacoteca) que deverão começar a operar, ainda que parcialmente, até o fim deste ano. É o que garante a Secretaria de Cultura do Estado (Secult-CE).

"As obras da pinacoteca já começaram, os operários estão lá. Os andaimes estão dentro dos galpões e as fachadas vão ser as últimas a serem pintadas", informou o artista plástico Carlos Macêdo, responsável pelo projeto que irá transformar todo o complexo da estação ferroviária no Centro de Cultura e Memória Engenheiro João Felipe. "Dos sete galpões, quatro ou cinco estarão em funcionamento até o fim de 2014", completou.

Segundo ele, a reforma dos prédios é demorada devido ao minucioso trabalho para garantir a conservação das obras que serão expostas. "Toda a importância está sendo dada à preservação, recuperando o telhado, com a colagem das telhas para que elas não se desloquem, a colocação do guarda-pó (para evitar a entrada de poeira). Em seguida, terá a climatização e desumidificação", disse.

Quando a estação deixou de operar, em janeiro deste ano, a previsão era que os equipamentos estariam funcionando totalmente até dezembro. Entretanto, devido ao processo eleitoral, as obras sofreram atrasos, de acordo com Macêdo. "Nós vencemos todas as etapas da burocracia, vencemos a etapa documental, temos todos os recursos. A única coisa que nos falta é o tempo", afirmou.

Apoio

O primeiro dos equipamentos a ser inaugurada deverá ser a incubadora Ceará Criativo, destinada a apoiar o trabalho de artistas e outros profissionais ligados à áreas como moda, design e publicidade. "A incubadora é uma parceria com o Ministério da Cultura. Estamos em processo de contração de equipe e compra de material", explicou Glícia Gadelha, coordenadora de Ação Cultural da Secult-CE. Segundo ela, até o fim de setembro, as atividades terão início no galpão 1.

O mesmo espaço também deverá receber exposições permanentes da pinacoteca, conforme Carlos Macêdo. No Galpão 2, funcionarão o Centro Referencial de Gravura e o Museu da Imagem do Som e está em fase final de acabamento. Da mesma forma, está o Galpão 3, que abrigará exposições de grande porte. O quarto espaço também será destinado a exposições da pinacoteca e o quinto, exclusivamente à arte contemporânea, com projetos experimentais. No Galpão 6 já funciona, ressaltou o artista plástico, a reserva técnica, onde as obras ficam guardadas. O último imóvel será um espaço de convivência, com lojas, produtos artísticos, livrarias, restaurantes e até banco. "Queremos assegurar que os que desejarem possam passar o dia inteiro no local", acrescentou o responsável pelo projeto.

Com relação ao prédio da estação, tombado em 1983, o Metrofor informou que o espaço será destinado à criação do Museu do Trem, que será integrado à Estação Chico da Silva. Parte da área onde hoje é a Praça da Estação também sofrerá intervenções para abrigar atividades artísticas.

O Centro de Cultura e Memória Engenheiro João Felipe conta com o apoio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional no Ceará (Iphan-CE). O custo total do projeto é de R$ 22,5 milhões, sendo R$ 5,5 milhões de investimento do governo e R$ 17 milhões de recursos do Tesouro Estadual. Para Macêdo, o complexo será um marco para a produção artística do Ceará. "Ele nasce com a vocação de fazer a interface do Ceará para o mundo", disse.

Germano Ribeiro
Repórter

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