UPA pede exumação de um dos corpos envolvidos em troca na unidade de saúde

De acordo com o advogado de uma das famílias envolvidas, o processo deve ser deferido em um prazo de 24h

Escrito por Redação ,
Legenda: Na UPA do Itaperi, houve troca de corpos de pacientes mortos na unidade
Foto: Marina Alves

A quase uma semana, três famílias passam pelas consequências  de um erro ocorrido na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Itaperi, em Fortaleza, a troca de corpos de seus entes queridos que faleceram na unidade de saúde. Na noite da última segunda-feira (18), mais um passo foi dado nesse caso, foi protocolado o pedido de exumação de um dos três corpos envolvidos. O pedido foi feito pelo setor jurídico da UPA com a anuência de familiares de duas famílias envolvidas. 

O pedido protocolado como “tutela de urgência” ainda não foi despachado por um juiz e apesar de juridicamente não ter um prazo determinado para análise, o advogado Valdir Neto, ligado a família de Raimunda de Melo, 90 anos, uma das vítimas do ocorrido, acredita que depois de protocolado, o processo provavelmente será deferido dentro de 24h.
 
O processo diz respeito a uma terceira família envolvida no caso. A exumação é referente ao corpo enterrado no cemitério do Bom Jardim, que deveria pertencer a um homem, mas o mesmo “encontra-se insepulto, na câmara refrigerada da UPA”, de acordo com os autos do processo. O corpo, que permanece na unidade de saúde, foi devidamente reconhecido por seus familiares. “Houve um erro, foi sepultado um corpo indevidamente, e tem outro lá [na UPA] e agora estão pedindo a exumação para ocorrer um novo sepultamento”, explicou Valdir Neto.

Legenda: Corpo de Raimunda de Melo ainda não foi encontrado

O advogado, além de frisar a lentidão do processo, também informou que a comunicação está acontecendo, agora, por meio de advogados, tanto por parte da família quanto por parte da unidade de saúde municipal. “Eu advogado estou tendo contato direto com a advogada da UPA, agora é de advogado para advogada”, pontua Dr Valdir Neto. “Então é uma questão jurídica agora”, completou. O advogado informou também estar preparando um requerimento no qual solicita cópia de todo o prontuário médico de dona Raimunda, para ter certeza da causa da morte, até agora relacionada com a Covid-19.

Outra família envolvida

A família do senhor Luís da Silva, de 76 anos, que faleceu na terça-feira (12), na mesma unidade de saúde, também é uma das envolvidas no caso. Luís Erandir, filho da vítima, disse não ter atualização sobre o caso, por parte da UPA, desde a última sexta-feira (15), quando uma assistente da unidade ligou para a família, pedindo documentos para fazer a exumação.

“Até agora eu não recebi nada deles. Até agora eu não sei o que está acontecendo, o que eles estão tentando resolver e até agora não ligaram mais para gente. Está com bem uns dias que a gente não tem nenhum resultado”, frisou Erandir, indignado com a lentidão para a resolução da situação.

No último sábado, o homem contou à nossa equipe que o irmão reconheceu o corpo do pai, na quinta-feira (14), para só depois ser levado para sepultamento. “Assim que nós chegamos para o reconhecimento, a assistente social disse havia uma outro corpo com o nome do meu pai, que tava errado. Já ficamos com pé atrás. Então, eles rasgaram quatro outros sacos até que nós reconhecemos o corpo do meu pai”, contou. Após serem informados sobre o possível erro, voltaram a unidade de saúde e não reconheceram o corpo que lá estava.

Segundo a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), o órgão “está dando todo o suporte e orientações necessárias para as famílias envolvidas”, afirma em nota.

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