UFC aguarda fim de formaturas para iniciar investigações sobre protestos em colações de grau

A última colação de grau está prevista do calendário acadêmico para a próxima sexta-feira

Escrito por Redação , metro@svm.com.br
Legenda: Na última sexta-feira (13), a comunidade universitária se reuniu para deliberar sobre as medidas que serão adotadas ante a pandemia. Um comitê gerenciamento de crise foi oficializado
Foto: Foto: Alex Costa

A Universidade Federal do Ceará (UFC) anunciou que vai esperar o encerramento do ciclo de colações do semestre 2019.2 para dar início à "apuração completa de informações" sobre as manifestações na Concha Acústica, envolvendo alunos, professores e convidados insatisfeitos com a presença do reitor da UFC, Cândido Albuquerque. Segundo o calendário oficial da instituição, a cerimônia final será realizada nesta sexta-feira (24), no campus da UFC em Sobral. 

Na última quarta-feira (15), após o segundo dia de manifestações, a Administração Superior da UFC informou, por meio de nota, que pretende executar medidas administrativas rigorosas contra os autores dos protestos. Ainda segundo a UFC, os manifestantes serão investigados por prejuízos materiais e imateriais devido à interrupção da cerimônia de conclusão. Procurada pelo Sistema Verdes Mares, a instituição não informou quais sanções serão aplicadas. 

Entidades representativas rebatem pronunciamento da UFC

O Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Ceará (ADUFC) informou, em nota no último dia 15 de janeiro, que "o ato de protesto, relatado como motivo da abreviação da cerimônia simplesmente não aconteceu”.  

Já o presidente da ADUFC, professor Bruno Rocha, informou que ato foi organizado para ser silencioso e não tinha a intensão de interromper a colação. “Os protestos durante a cerimônia aconteceram de forma espontânea. Foi a plateia que puxou as vaias.” O restante da conclusão teria acontecido normalmente. “A cerimônia somente foi afetada durante os pronunciamentos do reitor. Todos os outros momentos da solenidade aconteceram na normalidade”, relata. 

A nota divulgada pela instituição, para Bruno, é uma tentativa de intimidação. "A reitoria está tentando diminuir o impacto da manifestação e tentando intimidar estudantes e professores através de ameaças graves", avalia. 

Medidas podem afetar alunos e professores 

Para a presidente da Comissão de Ensino Jurídico da OAB-CE, advogada Vanessa Oliveira, apesar de existir um respaldo jurídico para ação, seria preciso comprovar excesso por parte dos manifestantes. “Não necessariamente as ações vão terminar em punição, mas a instituição pode analisar se houve excesso”. 

Ainda segundo Vanessa, entre as providências que podem ser tomadas estão a expulsão de alunos e desligamento de membros do corpo docente. “No caso dos alunos, se for muito além da liberdade de expressão, ele pode vir, sim, a ter punições. Quem estiver estudando pode ser até expulso ou suspenso. Tudo precisa ser analisado no caso concreto”, avalia.

No caso de pessoas não ligadas à Universidade e que participaram dos protestos, as penalidades podem acontecer na Justiça Federal. “Para isso, seria preciso identificar cada um dos autores. Uma possível punição seria o pagamento de uma indenização”, afirma Vanessa.

Confira nota da UFC na íntegra:

Estamos aguardando a conclusão do ciclo de colações de grau de 2019.2, em Fortaleza e no Interior, para a apuração completa de informações sobre os eventos.

Atenciosamente,

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Universidade Federal do Ceará – UFC

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