Trânsito caótico gera transtornos para quem foi ao show de Paul McCartney

Falta de estrutura nas vias de acesso à Arena Castelão deixa motoristas presos por até 3 horas nos engarrafamentos

Escrito por Redação Web ,

O show de Paul McCartney em Fortaleza também serviu para evidenciar algumas deficiências da Capital cearense no que diz respeito a  eventos de grande porte. Os quilométricos engarrafamentos formados nas vias de acesso à Arena Castelão causaram transtorno não só aos fãs do ex-Beattle que se dirigiam ao show, mas  às pessoas que voltavam do trabalho para casa.

Obras na Avenida Alberto Craveiro geraram transtorno para quem se dirigia para a Arena. Foto: Lucas de Menezes

Quem escolheu trafegar pela Avenida Raul Barbosa no sentido Aldeota-Castelão precisou ter muita paciência. O grande fluxo de veículos fez com que o trânsito fluísse lentamente. Os menos pacientes desistiam de seguir o trajeto e faziam o retorno em locais proibidos.

Os ônibus das linhas urbanas também foram prejudicadas com os engarrafamentos. De acordo com Gilton Seventino , motorista da linha Siqueira-Paipicu-Aeroporto, o atraso na viagem foi maior que nos outros dias. "Todos os dias a viagem atrasa, mas hoje bateu recorde. Já estamos com um atraso de 3 horas. Quem mais fica no prejuízo com isso são os passageiros, que jká era pra estar em casa e estão aqui", comentou o motorista, que ainda estava no cruzamento das Avenidas Raul Barbosa e Murilo Borges.

Obras da Alberto Craveiro dificultam chegada ao Castelão

Na Avenida Alberto Craveiro a situação era ainda pior: as obras de alargamento da via e a falta de sinalização deixaram o trânsito confuso. À medida em que o show se aproximava, as reclamações de quem estava preso no engarrafamento aumentavam. Para Luis Franco, que estava apreensivo com o risco de perder o show, o transtorno nas vias de acesso à Arena podem servir como lição para o governo. "Aqui é uma mostra de que a cidade de Fortaleza necessita urgentemente de um trabalho de acessibilidade e de melhor infra-estrutura para receber um grande evento. Um simples show como este e eu estou preso aqui no engarrafamento já faz 3 horas e ainda falta muito para chegar ao local (Arena Castelão)", afirmou.

A confusão era ainda maior para quem veio de outros estados. O pernambucano Eydson reclamou da demora para chegar no local do show. "É uma situação terrível. A gente já está há 2 horas e 20 minutos no engarrafamento e ainda está muito longe de chegar, pelo que estamos vendo no GPS. Terrível! Acessibilidade zero", opinou.

Em meio a tantos problemas, a capacidade de Fortaleza  sediar  as Copas das Confederações e do Mundo foi colocada em xeque pela população. Augusto, um dos que se dirigiam à Arena Castelão, considera que a cidade ainda não possui estrutura para este tipo de evento. "Eu fico imaginando o período de Copa aqui em Fortaleza. Ainda não temos a estrutura que deveria ter. Tem que melhorar muito", comentou.

Esquema de trânsito deixa até agentes da AMC confusos

Nem mesmo os agentes que estavam organizando o trânsito conseguiam compreender o esquema de mobilidade montado para o evento. Um agente da Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e Cidadania (AMC) que preferiu não se identificar, considera que a operação do trânsito "foi um verdadeiro fiasco".

A falta de um planejamento mais elaborado para a mobilidade durante o show foi, segundo o funcionário da AMC, um dos responsáveis pelo trânsito confuso. "Teve detalhes do esquema de trânsito que a gente só veio saber agora à tarde. Um evento como estes precisa que ser muito bem planejado", comentou.

Ainda de acordo com o agente, os transtornos e congestionamentos foram um tragédia anunciada. "Tá na cara que não dá pra fazer um evento deste tamanho com as avenidas em obras como aqui. Isso foi uma tragédia anunciada e é só uma prévia do que vai vir aqui na Copa das Confederações.  Os estacionamentos estão abarrotados, ainda tem muitos carros procurando vagas. O risco de muita gente perder o show é muito grande", finalizou.

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