Sindicato dos Médicos do Ceará e o trabalho em prol da valorização da categoria

A forte atuação do Sindicato dos Médicos do Ceará nos últimos anos, não só em prol da categoria, mas nas questões relacionadas à saúde pública, colocou a entidade como referência nacional na gestão sindical. Tanto é que o número de sindicalizados saltou de 1.800, em 2015, para 6 mil neste ano.

Escrito por Sindicato dos Médicos do Ceará ,

Hospitais públicos lotados, pacientes internados nos corredores, falta de recursos materiais para cirurgias. Os problemas da saúde pública no Ceará e no Brasil não são novidades, especialmente, para quem precisa do serviço: a população. Nesse contexto, a missão diária da classe médica é a de salvar vidas em condições muitas vezes limitantes, mas, também, a de reivindicar um serviço de saúde de qualidade.

Desde 2015, trabalhar pela valorização do profissional da saúde e buscar atendimento digno à população tornaram-se bandeiras do Sindicato dos Médicos do Ceará. A entidade, que completa 77 anos nesta quarta, dia 29 de agosto, atua não apenas por questões da categoria, mas também como aliada da sociedade em uma das áreas mais sensíveis do Estado e do Município: a saúde pública.

“Além de trabalhar pela melhoria das condições de trabalho, uma vez que os médicos enfrentam adversidades graves diariamente, inclusive com atraso de salários que chega a oito meses, o Sindicato também exerce o seu papel diante de uma saúde pública repleta de grandes desafios, na qual a população e os profissionais são os mais prejudicados”, afirma Edmar Fernandes, Presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará.

Um caso recente dessa intervenção, ilustra o gestor, foi o da Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza, que quase fechou a sua emergência no início do ano. “Depois de uma grande mobilização dos médicos através do Sindicato, o Governo de Estado disponibilizou R$ 10 milhões para o hospital e a Santa Casa fez um empréstimo para pagar salários atrasados dos profissionais que já duravam de 6 a 8 meses, e, assim, as atividades não precisaram ser paralisadas”, destaca o presidente da entidade.

QUALIDADE

Outra contribuição do Sindicato dos Médicos do Ceará que se tornou referência de ação no cenário nacional é o Corredômetro, um levantamento criado e divulgado, desde abril de 2015 pela entidade, em parceria com a Associação Médica Cearense (AMC), com o objetivo de compartilhar com a sociedade o descaso das autoridades com a saúde pública, divulgando o número de pacientes internados nos corredores dos cinco maiores hospitais públicos do Estado. O Corredômetro, disponível no site da entidade, indica quantas pessoas estão recebendo atendimento médico nessas condições. “A ideia é que os médicos e a população se preocupem com a saúde pública e possam estar cientes da situação que é enfrentada todos os dias, em especial, por aquelas pessoas mais carentes”, relata Edmar Fernandes.

Segundo o último levantamento, realizado no dia 31 de julho, 337 pessoas estavam nos corredores dos hospitais Instituto Dr. José Frota (IJF), Hospital Infantil Albert Sabin (HIAS), Hospital Geral de Fortaleza (HGF), Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes (HM) e Hospital de Saúde Mental Professor Frota Pinto (HSM). “Hoje, o dado serve, principalmente, como índice para avaliação de qualidade de atendimento prestado à população”, aponta o representante sindical.

Os municípios que atrasam o pagamento das remunerações médicas também estão no radar do Sindicato. Com o Devedômetro, também disponível na página da entidade na internet, é possível saber quais cidades estão em débito com os profissionais. “O médico nos informa sobre a situação e a nossa Assessoria Jurídica investiga se realmente o Município está devendo. Geralmente, quando um médico está sem receber salário, toda a categoria também está. Quando se confirma a dívida e se tenta negociações administrativas sem sucesso, o nome da cidade é colocado na lista”, explica o Presidente.

A repercussão que a ferramenta ocasiona para alguns municípios acabou surtindo efeito. “No começo (há um ano e meio), havia em torno de 50 cidades no Devedômetro, hoje, são 16 municípios nos quais os médicos estão com salários atrasados”, informa o dirigente.

RECONHECIMENTO

A forte atuação do Sindicato dos Médicos do Ceará nos últimos anos, não só em prol da categoria, mas nas questões relacionadas à saúde pública, colocou a entidade como referência nacional na gestão sindical. Tanto é que o número de sindicalizados saltou de 1.800, em 2015, para 6 mil neste ano.

Mesmo com as mudanças na legislação trabalhista, tornando facultativa a contribuição sindical, o número de médicos sindicalizados, através do pagamento da contribuição social, tem aumentado. “Se houver um trabalho forte com a categoria e ela perceber esse investimento, espontaneamente, os profissionais vão querer fazer parte da entidade e usufruir de todos os benefícios que ela oferece”, enfatiza.

Na visão do gestor, o objetivo do Sindicato é unir a categoria por melhores condições de trabalho e, consequentemente, beneficiar o atendimento público oferecido à população. “Só com a união desses profissionais vamos poder fazer uma saúde melhor, mais digna no Ceará e no Brasil”, conclui Edmar Fernandes.

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