Semana da prematuridade alerta para cuidados com bebês e família

Aproximadamente 12% dos brasileiros nascem de forma prematura

Escrito por Redação ,

A próxima quinta-feira (17) é marcada como o dia mundial da prematuridade. Como forma de alerta a Maternidade-Escola Assis Chateaubriand (Meac) realiza atividades durante toda a semana. Aproximadamente 12% dos brasileiros nascem de forma prematura, ou seja, com menos de 37 semanas de gestação. Na Meac esse número sobe para 25%, uma média de 112 bebês por mês.

Para o gerente de atenção a saúde da Meac, Carlos Alencar, esses números se explicam pelo fato da qualificação da unidade. "No mundo inteiro o índice fica entre 10% e 12%. Aqui na maternidade ele é mais alto porque é melhor ter uma criança em local que tenha condições de tratar do que um que não tem. Por isso a Maternidade-Escola tem esse número de um em cada quatro casos", revela.

O médico ainda esclarece as duas formas de parto prematuro: os da prematuridade espontânea (quando a mulher já teve outro parto prematuro ou apresenta rotura prematura da bolsa, infeção urinária, vulvovaginite ou tem gravidez gemelar) e os de prematuridade médica ou iatrogênica, quando a saúde da mãe ou do bebê está em risco e o parto prematuro precisa ser provocado (nos casos de pré-eclâmpsia, deslocamento prematuro de placenta, placenta prévia ou insuficiência placentária, por exemplo).

A jornalista Marina Maia, 26, já enfrentou por duas vezes a prematuridade. A primeira foi quando nasceu e passou 21 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), já a segunda foi quando se tornou mãe do pequeno Theo Maia, que hoje tem 7 meses de vida. "Por ironia do destino meu bebê também nasceu prematuro, com 32 semanas. Ele nasceu com 850 gramas por uma restrição intrauterina de crescimento. Ele passou 100 dias na UTI e está aí para contar a história", relata.

Marina ressalta a importância da realização da semana. "As mães precisam desse suporte, é uma questão social. Precisa ser discutido e debatido, as mãe precisam se sentir acolhidas. Tudo que a mãe mais quer é voltar com o seu filho para casa cheio de saúde", conta.

A Meac é reconhecida pelo Ministério da Saúde como o primeiro Centro de Apoio às Boas Práticas de Neonatologia e Obstetrícia do Brasil. A chefe da Unidade de Neonatologia da Meac, Eveline Campos, alerta que as consequências mais comuns para o bebê são no coração, no pulmão, na visão, na audição, refluxo gastro-esofágico e maior propensão a infecções. A médica ressalta que bebês prematuros não são sinônimo de sequelas. "Cada caso depende muito da semana em que a gestação foi interrompida, quanto mais prematuro maior a probabilidade de ter sequelas. O risco de ter não significa que ele terá, em modos gerais apenas 10% evoluem com alguma sequela", revela.

Programação

As atividades foram planejadas para atender às necessidades de melhor orientação das mães e acompanhantes no desenvolvimento dos bebês prematuros. Também estão previstas capacitações com intercâmbio de conhecimentos dos profissionais que trabalham na Meac. Entre os temas abordados, estão: “Brincando com o prematuro”, “Circuito do bebê”, “Método Canguru na UTI”, “Fisioterapia aquática na redução da dor e do estresse neonatal”, “Cuidados domiciliares com o prematuro”, “Segurança do bebê” e “Uso da rede de descanso no prematuro”. Na quarta-feira (16), a programação é aberta ao público externo inscrito previamente.

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