Programação alerta para cuidados e conscientização sobre a doença celíaca

Falta de empatia entre amigos e familiares e preços altos de produtos produzidos sem glúten são algumas barreiras impostas aos celíacos, de acordo com a presidente da Acelbra-CE

Escrito por Redação ,

Com pouca visibilidade, a doença celíaca ainda impõe muitas dificuldades para pacientes no Ceará. A disfunção é uma reação imunológica ao glúten que impede a absorção dessa proteína pelo organismo, podendo desencadear problemas mais severos como o câncer de intestino.

Para divulgação e conscientização do assunto, a Associação dos Celíacos do Brasil no Ceará (Acelbra-CE) está realizando, em Fortaleza, a Semana do Celíaco até este sábado (25), com ações em hospitais, escolas, comércios e parques.

Quando Mônica Miranda descobriu que o filho tinha a doença foi uma surpresa. Atualmente, ela é presidente da Acelbra-CE e luta pela causa.

"Queremos sensibilizar as pessoas sobre a condição e também divulgar a doença, porque a estimativa é de que a cada oito celíacos, um tenha o diagnóstico. Então, muitos desenvolvem outras doenças e vão ter bastante sequelas por não ter um disgnóstico precoce".

A convivência com doença é cheia de barreiras, segundo a presidente. "Quando o meu filho foi diagnosticado eu nunca tinha ouvido falar da doença. Não é tão simples, pois o glúten é uma coisa que está espalhada em quase todos o lugares e está na nossa cultura, principalmente na farinha de trigo que é presente em muitas receitas", relata Mônica Miranda.

Ela ressalta outras dificuldades como comer em restaurantes e hotéis, além da falta de empatia em reuniões de familiares e amigos (onde muitas vezes não há opções de alimentos para celíacos) porque não é possível nem a ingestão de traços de glúten presente em temperos.  

Mesmo em produtos especializados, o preço se torna uma barreira. "Um pacote com quatro pães carioquinhas chega a ser mais de vinte reais, daí você imagina. Uma família assalariada, por exemplo, não tem condições de acessar", destaca a presidente da Acelbra-CE. Para isso, Mônica conta que a instituição luta pela diminuição desses preços com a implementação de leis de incentivo fiscal e retirada dos impostos, mas ainda sem sucesso.

A programação completa das atividades promovidas na Semana do Celíaco, com locais e horários, está disponível nas redes sociais da Acelbra-CE. O evento promove palestras e distribuição de materiais informativos sobre a doença.

Cuidados

A nutricionista Virgínia Bessa explica que o glúten pode ser encontrado em diversos cereais como trigo, centeio, cevada, malte e aveia. Ela esclarece que o principal tratamento é a restrição total da proteína na alimentação.

"Muitas vezes as pessoas até melhoram e dizem 'eu vou comer só um pouquinho', mas de repente aparecem os sintomas, que podem levar até a um cancêr intestinal. Tem gente que passa muito mal, tem uma distenção abdominal muito grande com dores, mas cada um apresenta um tipo de comportamento."

Dentre os sintomas mais comuns estãos a diarréia, anemia profunda, irritabilidade, lesões na pele, perda de peso, empachamento (distenção abdominal) e queda de cabelo. Virgínia Bessa salienta que é possível fazer substituições na alimentação sem perdas nutricionais com farinhas de milho, arroz, mandioca, polvilho e aveia sem glúten. A recomendação da nutricionista é priorizar frutas, legumes e alimentos mais naturais para uma qualidade de vida melhor.

Programação

Confira as atividades da Semana do Celíaco que acontecem até este sábado:

Sexta-feira (24)
- Ação no Hospital da Unimed com Larissa Luna (nutricionista).
Endereço: Av. Visconde do Rio Branco, 4000 - São João do Tauape. 
Horário: 16h às 16h20.

- Ação no Hospital da Mesejana com Hyandra Oliveira (nutricionista).
Endereço: Av. Frei Cirilo, 3480 - Messejana. 
Horário: 16h.

Sábado (25)
- Encerramento da Semana do Celíaco com concurso de melhor prato sem glúten.
Endereço: Parque do Cocó. 
Horário: 8h às 11h.

- Confraternização da Pizzaria Freezone.
Endereço: Av. Oliveira Paiva, 261 - Cidade dos Funcionários. 
Horário: 19h.

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