Oficina temporária montada no bairro Jacarecanga conserta respiradores mecânicos durante pandemia

Serviço chega a produzir peças que não podem ser encontradas no mercado por conta da alta demanda

Escrito por Redação ,
Foto: Foto: Isaac Macêdo

Voluntários e funcionários do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Ceará) utilizam conhecimentos das áreas de eletroeletrônica, mecatrônica e tecnologia da informação para fazer reparos em respiradores mecânicos, utilizados no tratamento de pessoas com complicações respiratórias. Os equipamentos são enviados pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), que depois distribui as máquinas já consertadas para as unidades de saúde que atendem pacientes com Covid-19.

Enquanto durar a pandemia do novo coronavírus, três salas de aula da unidade do Senai no bairro Jacarecanga funcionarão como oficina de respiradores. Uma é destinada para o recebimento das máquinas, outra para a manutenção e a última para testes. Como a doença pode causar sérias complicações respiratórias, os equipamentos têm grande importância no tratamento dos infectados. Pelo menos 10 pessoas podem ser ajudadas por um único respirador. Apesar disso, cerca de 3 mil deles estão inutilizados por falta de reparos no País. 

De acordo com o gerente da unidade no Ceará, Elias Pedrosa, 30 respiradores já foram recolhidos para consertos na central e seis deles já podem voltar a serem usados nos hospitais. A força-tarefa está ativa há duas semanas e deve continuar por tempo indefinido. Além de aparelhos quebrados, os que estão obsoletos são recebidos pela equipe.

Elias relata que os principais defeitos observados são eletrônicos ou causados pela necessidade de substituir peças. “Cabe ao Senai confeccionar o que puder ser confeccionado, nas impressoras 3D ou na usinagem, fazer a recuperação de placas e tudo que não puder ser feito pelas autorizadas”, diz. Ele explica que as empresas fabricantes já estão saturadas e, por isso, precisam de prazos extensos para concluir os consertos. “O fornecimento de uma peça daqui a 120 dias não nos suprirá”. 

“Mesmo que voltem  as aulas, vamos deixar a unidade funcionando para essa finalidade”, afirma o diretor do Senai, Paulo André Holanda. Outras unidades também estão operando com o objetivo de ajudar no combate à COVID-19. Na Parangaba, 30 mil máscaras e 3 mil aventais de TNT estão sendo produzidos. Em Maracanaú, 3 mil litros de álcool em gel e 30 mil protetores faciais de acetato, em parceria com a Esmaltec, serão feitos e doados. 

A iniciativa tem financiamento da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap) e é dirigida pela Diretoria de Inovação e Tecnologia da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC). 

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