Motoristas e cobradores fecham terminais de ônibus na Capital

Trabalhadores paralisaram atividades em todos os terminais de ônibus da Capital na manhã desta quinta-feira (29)

Escrito por Redação Web ,

Atualizada às 14h12

Motoristas e cobradores de ônibus do transporte coletivo de Fortaleza fecharam todos os terminais de ônibus da Capital na manhã desta quinta-feira (29). Conforme o presidente do Sintro, Domingos Neto, a paralisação ocorrerá por toda a quinta. A Rodoviária Engenheiro João Thomé também teve suas atividades paralisadas entre 8h e 9h, mas já opera normalmente. No total, cerca de seis mil trabalhadores cruzaram os braços.

As paralisações começaram pela madrugada, motivadas por dois ataques aos trabalhadores em menos de 24 horas, conforme o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Ceará (Sintro). Os motoristas tinham acertado, em assembleia, que os veículos seriam recolhidos à garagem no momento em que houvesse mais ataques aos trabalhadores.

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O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus) ainda não se pronunciou sobre as paralisações e afirmou que não houve tempo hábil para contabilizar possíveis prejuízos aos veículos.

De acordo com a Etufor, alguns veículos ainda circularam, mas foi grande o contingente de pessoas nas paradas de ônibus da Capital, no início da manhã. Outros coletivos saíram dos terminais direto para as garagens. Nenhum ônibus está entrando ou saindo dos locais.

Usuários depredaram pelo menos 10 ônibus em Messejana

Usuários depredaram pelo menos 10 coletivos, tentaram virar um deles e destuíram o banheiro e lixeiras de cimento do terminal por não aceitarem a paralisação no Terminal de Messejana no início da manhã desta quinta.

Pelo menos 5 pessoas foram detidas. A situação no local já está tranquila e as vias de acesso já estão liberadas. Os coletivos, no entanto, permanecem sem circular pelo terminal. 

Siqueira e Lagoa registraram tumulto

No Siqueira, os veículos estão estacionados do lado de fora, e no entorno, as paradas ficaram lotadas. Houve princípio de tumulto no começo da manhã, com a população tentando embarcar nos coletivos, mas a chegada do Cotam e do Gate organizou a confusão, segundo o capitão Daniel Lima, subcomandante do Gate. Até o momento, uma pessoa foi detida. 

A reivindicação dos trabalhadores, conforme o vice-presidente do Sintro, Sérgio Barbosa, é por melhorias na segurança nos coletivos. A quantidade de assaltos aos veículos assusta motoristas e cobradores. Os passageiros também temem a insegurança e alguns demonstraram apoio ao ato dos profissionais de coletivos. A solução, segundo o vice-presidente, seria ter um policiamento mais ostensivo nos terminais e a presença de policiais dentros dos transportes. 

O tenente-coronel Nascimento, da PM, esteve presente junto a outros policiais no local para ouvir as reivindicações da categoria e pediu que eles colaborassem, informando quais linhas e em quais horários as situações de insegurança são mais intensas para que a Polícia possa agir de forma mais direcionada. 

No acesso ao terminal da Parangaba, vários ônibus estiveram estacionados na manhã desta quinta em boa parte da Av. Osório de Paiva e dificultaram o fluxo de carros. 

O Terminal da Lagoa também registrou conflitos. Cerca de 200 trabalhadores e 100 ônibus estão parados dentro e fora das plataformas da unidade. Segundo o Sintro, nenhum agente da Guarda Municipal esteve presente no terminal.

O Terminal da Parangaba também segue fechado. Os veículos estacionados do lado de fora atrapalham o trânsito na região, que está congestionado. Vários coletivos estão estacionados na Rua Eduardo Perdigão, impedindo o acesso ao terminal e à estação de metrô. A Polícia Militar está presente no local, mas não houve registro de confusão.  

Motoristas e representantes do Sintro estão reunidos desde as 10h15 com o comandante geral da PM, coronel Lauro Prado, na sede ddo comando do órgão. Em pauta, a discussão sobre novas formas da polícia tentar melhorar a segurança de passageiros e trabalhadores dentro dos transportes coletivos da Capital. "É uma reunião pra gente buscar novas maneiras para melhorar a segurança nos ônibus, da gente descobrir como a PM pode ajudar ainda mais na segurança do transporte coletivo", afirmou o coordenador de comunicação da Polícia Militar, coronel Fernando Albano


Rodoviária também é fechada

A Rodoviária Engenheiro João Thomé também foi fechada na manhã desta quinta (29). Mas ao contrário da manifestação dos motoristas da Capital, a paralisação é relativa à campanha salarial, e conta com o apoio dos trabalhadores da construção civil. A expectativa é de que o local seja liberado após as 9h. 

Paralisações começaram na noite de quarta (28)

Um protesto realizado por motoristas e cobradores de ônibus ocasionou um tumulto, na noite de quarta-feira (28), no Terminal do Siqueira. Após receberem a notícia de que um motorista e um cobrador que faziam a linha Parque Santa Maria/Siqueira (381) haviam sido esfaqueados durante um assalto, os funcionários do transporte público resolveram, em protesto, obstruir o acesso ao Terminal.

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