Quinta morte do desabamento de prédio em Fortaleza é confirmada pelos bombeiros

De acordo com o comandante da corporação, Luis Eduardo Holanda foram encontrados os corpos de um homem e de uma mulher

Escrito por Redação ,
Foto: Foto: Camilia Lima

Equipes de resgate que trabalham sobre os escombros do Edifício Andrea, que desabou no Bairro Dionísio Torres, em Fortaleza, retiraram dois corpos do local nesta quinta-feira (17), o terceiro dia de buscas. De acordo com o comandante do Corpo de Bombeiros, Luis Eduardo Holanda, a quarta vítima morta após o desmoronamento ocorrido na terça-feira (15) é de um homem., identificado como Antônio Gildásio Holanda Silveira. Ele foi retirado dos escombros por volta de 6h45.

O segundo corpo, achado por volta de meio-dia, é da filha de Antônio Gildásio, a psicóloga Naiara Pinho Silveiora, 31 anos. O corpo dela foi encontrado por volta de meio-dia desta quinta-feira (17), mas, no momento do resgate, a vítima ainda não havia sido identificada.Com isso, já são cinco mortes confirmadas na tragédia, sendo três mulheres mortas (o corpo de uma delas ainda está nos escombros) e dois homens. A identidade de Antônio Gildásio e Naiara Pinho, pai e filha, foram confirmadas pela Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) e pelo Corpo de Bombeiros, respectivamente.

Gildasio foi identificado pela Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) por meio da impressão digital.

Durante a noite, o trabalho dos bombeiros ficou mais intenso após o registro de um contato com uma vítima soterrada. Voluntários fizeram orações e chegaram a aplaudir o trabalho dos agentes durante a madrugada desta quinta-feira. 

Dados oficiais do Corpo de Bombeiros:

Mortes confirmadas

1)  Frederick Santana dos Santos, 30 anos, era entregador de água e estava no mercantil ao lado do prédio, no momento do desabamento. Bombeiros confirmaram a morte por volta das 23h30 da noite de terça-feira (15). 

2) Vítima não identificada. SSPDS informou que é uma mulher e que ainda está nos escombros do edifício. Bombeiros confirmaram a morte dela por volta das 8h da quarta-feira (16). 

3) Izaura Marques Menezes, de 81 anos, é avó do primeiro resgatado com vida do prédio, o jovem Fernando Marques. Os bombeiros confirmaram a morte por volta das 17h30. De acordo com a corporação, o corpo foi encontrado ao meio-dia e eles não conseguiram identificar a vítima. A SSPDS, depois, a identificou como Izaura Marques Menezes, após exames de odontologia forense (arcada dentária).

4) Antônio Gildasio Holanda Silveira, de 60 anos, foi identificado por meio da impressão digital. Ele foi retirado dos escombros na manhã da quinta-feira (17).

5) Nayara Pinho Silveira, 31 anos, psicóloga. O corpo dela foi encontrado por volta de meio-dia desta quinta-feira (17), mas, no momento do resgate, a vítima ainda não havia sido identificada.

Desabamento: o que aconteceu

O Edifício Andrea desabou na manhã desta terça-feira (15), por volta das 10h28, no cruzamento da Rua Tibúrcio Cavalcante com Rua Tomás Acioli, no Bairro Dionísio Torres, em Fortaleza.

Lavrado em 6 de abril de 1982, o documento inscrito no cartório de registro de imóveis da 1ª zona, em Fortaleza, põe fim à versão de que o Edifício Andrea foi construído em 1994 e estivesse irregular, como a Prefeitura informou no dia do acidente. A empresa que fez a averbação do imóvel também difere do informado pelo Município, sendo a Imobiliária Alpha a responsável, e não a P&G Engenharia.

O documento, obtido em primeira mão pelo Sistema Verdes Mares, revela que cada um dos 13 apartamentos (2 para cada um dos seis andares e 1 para a cobertura) foi devidamente registrado com matrículas individuais, assim como o edifício. O regime de condomínio também foi definido no texto averbado pela Alpha.

Conforme o documento, cada apartamento possuía área privativa de 136,44 metros quadrados (m²) e uma área comum de 28,86m². Apenas a cobertura, que era o apartamento nº 701, tinha uma área privativa maior, de 172,20m² e uma área comum de 36,51m². A área total do terreno foi registrada com 681m². 

Respostas

Nesta quarta-feira, confrontadas com o documento registrado no cartório, as secretarias das Finanças (Sefin) e de Arquitetura e Urbanismo (Seuma) não se manifestaram até o início desta quinta-feira (17).

A execução da Lei de Inspeção predial é a principal cobrança sobre o Município, que continua sem revelar dados de fiscalização ou inscrição do edifício Andrea nos órgãos competentes para tal. A legislação existe desde 2016, mas houve seguidos adiamentos feitos pelo Município.

Multas de até R$ 10 mil são previstas para quem descumprir a lei, que consistem em quatro etapas: (1) contratar profissional que elabore laudo de vistoria técnica; (2) executar as obras; (3) protocolar os documentos para análise na Seuma; e (4) afixar o certificado de inspeção predial em local visível ao público.

A justificativa para o trabalho dos fiscais consta no site da própria Prefeitura: “A estrutura das edificações, assim como as instalações elétricas e hidráulicas sofrem desgaste. Em alguns casos, a deterioração é quase imperceptível, podendo causar incêndios e desabamentos”. Porém, o não cumprimento ainda acontece.

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