'Medo de não alcançar as coisas', diz candidata do Enem com nanismo

Escrito por Redação ,
Legenda: Candidata do Enem em Fortaleza
Foto: Foto: Theyse Viana

Com nanismo, a adolescente Ana Beatriz Marques, de 18 anos, está terminando o Ensino Médio em uma escola estadual e vai fazer o Enem para cursar psicologia. A candidata assegura não ter tido dificuldades de acessibilidade nos locais de prova, apesar de ficar insegura antes do dia. Neste domingo (10), também acredita que não vai enfrentar problemas para concluir os exames de Ciências da Natureza e suas Tecnologias, e Matemática e suas Tecnologias. 

“Às vezes era o medo de eu chegar, pelos meus desafios, e não ter um apoio. Chegar e não ter como alcançar as coisas, tipo a cadeira e tal. Era o que eu pensava, mas não... o povo foi bem orientado sobre ir pro banheiro, sobre as coisas altas, e foi uma prova boa”, relata.

Parte da confiança veio com o preparo da escola, acessível estrutural e pedagogicamente, segundo a jovem. A adolescente está concluindo o terceiro ano na Escola Estadual Professor Aloysio Barros Leal, onde também encontra cadeiras e outros objetos em altura compatível à sua.

Preparação

Durante todo o ano teve aulas preparatórias para a prova, com aulões e resolução de questões de exames anteriores.

“A gente estuda de manhã, então a escola pegava o turno da noite só pra resolver questões do Enem passado. Semana passada a gente ia pra uma quadra e iam todos os professores pra resolver questões com a gente. Então, desde o começo do ano, a escola deu ajuda pra que quando a gente chegasse aqui tivesse uma tática pra fazer a prova”, explica.

Escola inclusiva

Também foi papel importante da escola onde estuda o esforço para combater o preconceito. Beatriz garante que a condição genética nunca foi um empecilho e nem motivo de bullying no ambiente escolar.

“Meu diretor era muito rígido na questão de preconceito. Na minha escola as cadeiras são baixas, agora construíram um espelho que consigo me ver, porque antes não... tudo é baixo”, exalta.

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