Manifestantes encerram ato em frente a reitoria da UFC no Benfica

Grupo fez o bloqueio da Avenida da Universidade no início da manhã desta quarta-feira. Eles caminharam até o Centro

Escrito por Redação ,
Legenda: Estudantes fazem ato na Praça da Bandeira no Centro de Fortaleza
Foto: Nicolas Paulino

Estudantes, professores e sindicalistas caminharam pelas ruas e avenidas do Centro de Fortaleza em protesto contra bloqueios nas verbas da Educação anunciados pelo Governo Federal. O grupo passou pelas Avenidas Duque de Caxias, 13 de Maio e pela Rua Senador Pompeu.

Os manifestantes terminaram o ato por volta das 12h10 em frente a reitoria da Universidade Federal do Ceará (UFC), no bairro Benfica. O trânsito entre as Avenidas da Universidade e 13 de Maio está liberado. Os protestos também ocorreram no interior do estado. Houve reivindicações nas cidades do Cedro, Juazeiro do Norte, Quixadá e Iguatu. 

Segundo a Associação dos Professores de Estabelecimentos Oficiais do Ceará (Apeoc), a manifestação contou com mais de 100 mil pessoas em Fortaleza. Outras 40 manifestações registradas nas cidades do interior.  A Polícia Militar não informou o total de manifestantes. 

Antes da caminhada, os manifestantes estavam concentrados desde as 8h desta quarta-feira (15) na Praça da Bandeira, também no Centro. Os participantes se aglomeraram nas escadarias da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará e na praça. O trânsito ficou lento na área. Vários ônibus com estudantes de escolas estaduais e de educação profissional chegaram ao local.
 

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Mais cedo, estudantes usaram cadeiras para bloquear por duas horas a Avenida da Universidade, no Bairro Benfica. Participaram do protesto entidades como Sindifort, Sindiute, Adufc, Frente Povo sem Medo, Fórum Cearense de Mulheres, coletivos e diretórios acadêmicos.

De acordo com a professora de biologia do IFCE, Cristiane Bezerra, o corte representa a impossibilidade dos alunos e professores de darem seguimento aos estudos de pesquisa que desenvolvem nas instituições de ensino. 

“Tudo isso representa a impossibilidade de dar continuidade de trabalho que a gente vem fazendo e vem tentado manter por exemplo no Instituto Federal. O corte de 30% representa a impossibilidade de dar continuidade a muitos trabalhos. Nós temos muitos alunos de baixa renda e que dependem muito dessa assistência estudantil”. 



Greve

A Universidade Federal do Ceará (UFC) disse, por meio de assessoria, que os serviços dos campi, como as bibliotecas, funcionam, mas parte dos professores liberou os alunos das aulas.

A Associação dos Professores de Estabelecimentos Oficiais do Ceará (APEOC) estima que cerca de 40 municípios aderiram à paralisação, resultando em mais de 20 mil pessoas mobilizadas em todo o Ceará, dentre profissionais de educação, estudantes, movimentos estudantis e sindicatos. Além dos atos na rua, estão acontecendo assembleias dentro de algumas escolas paralisadas.

A Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) informou que como instituição não fez nenhum tipo de manifestação oficial, mas muitos servidores aderiram a paralisação e participam de eventos tanto em Fortaleza como em Redenção. Oficialmente, a Unilab encontra-se em "funcionamento normal", mas muitos setores devem estar com pessoal reduzido ou fechados nesta quarta.

Já a direção do Instituto Federal do Ceará (IFCE) disse que as manifestações são de caráter individual de estudantes e servidores, não institucional; mas a instituição compreende os motivos que estão mobilizando estudantes e servidores a protestar contra o bloqueio orçamentário imposto.

Legenda: Os alunos utilizam um carro de som para propagar palavras de ordem, como "Fora, Bolsonaro"
Foto: Nicolas Paulino

Bloqueio de verba 

O Ministério da Educação anunciou o bloqueio de 30% na verba das instituições de ensino federais, que vai valer para todas as universidades e todos os institutos. 

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