Jovens cearenses vencem desafio de inovação da Nestlé

Grupo de empreendedores apresentou projeto de protótipo de embalagem sustentável para substituir canudos de plástico

Escrito por Redação ,
Legenda: Matheus Titara é arquiteto e urbanista, já Ivna Milério é egressa do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da Unifor, e Leonardo Holanda é concludente do mesmo curso
Foto: Foto: Divulgação Nestlé

Repensar a função dos canudos de plástico nas embalagens, sem prejudicar a experiência do consumo. Este foi o desafio vivido com êxito por Ana Ivna Alves Milério, Leonardo Holanda Lima e Matheus Titara, jovens cearenses que tiveram seu projeto vencedor no primeiro desafio de inovação aberta da plataforma HENRi@Nestlé no Brasil.

Matheus Titara é arquiteto e urbanista, já Ivna Milério é egressa do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da Unifor, e Leonardo Holanda é concludente do mesmo curso. Desde 2016, Leonardo participa do programa de monitoria e também de projetos de iniciação científica da Unifor.

“A experiência na Unifor é muito boa, trabalhar com iniciação científica desde o início da graduação dá norte para os alunos adquirirem aprendizagem em laboratórios e apresentação de trabalhos dentro e fora da universidade. Como monitor, eu sempre aconselho as pessoas que estão ingressando a procurarem participar das atividades acadêmicas para ganhar peso no currículo”, destaca Leonardo.

Para Vasco Furtado, diretor de Pesquisa e Inovação da Unifor, o reconhecimento dos estudantes reforça o compromisso da instituição com sua produção científica. “Ficamos enaltecidos com a premiação dos nossos alunos, porque vimos como reconhecimento ao que estamos fazendo no campo da pesquisa e inovação, inclusive com incrementos dos investimentos, principalmente na contratação de novos pesquisadores de ponta e em bolsas de iniciação científica”, ressalta.

Segundo o coordenador do curso, professor Oyrton Monteiro, “a formação dos estudantes no curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da Unifor, desde o início, valoriza o desenvolvimento de projetos inovadores, e esse é um dos motivos do sucesso dos alunos. Além disso, os diferenciais são muitos: nota máxima no MEC, o curso possui de laboratórios de ponta, corpo docente formado por mestres e doutores, e matriz curricular atenta às urgências do mercado”, pontua.

O grupo, que atua na área de engenharia ambiental, arquitetura e sustentabilidade, irá implantar um piloto em conjunto com a Nestlé Brasil: um protótipo de caixinha com um canudo acoplado para dobrar, feito do mesmo material da embalagem atual do produto. A ideia é que a caixinha venha com lacre que, ao ser retirado, libera o canudo na dobradura.

Os oito projetos finalistas foram avaliados por um comitê de especialistas de mercado e executivos da Nestlé, inclusive o CEO Marcelo Melchior. A final do desafio aconteceu na sede da Nestlé, em São Paulo, na sexta-feira (10). "O desafio foi um movimento inicial para nos aproximarmos dessa comunidade de inovação de forma mais consistente para estimular soluções fora da caixa", comentou o CEO.

O protótipo do canudo acoplado trouxe uma solução que utiliza um único material, reciclável e que não interfere na composição do produto. "Eles tiveram espírito empreendedor e, ao mesmo tempo, o prêmio do desafio será importante para fazer o negócio acontecer", comenta a diretora de Transformação Digital da Nestlé Brasil, Carolina Sevciuc. Além do investimento da Nestlé, o projeto vencedor será acelerado em parceria com a Fundação Dom Cabral.

"A tecnologia permite a conservação do líquido, com barreira contra microorganismos, a produção em escala e com variedade de embalagens", explicou Leonardo Holanda Lima, um dos idealizadores do projeto. "É uma grande emoção ganhar esse prêmio, porque reforça a necessidade de agregar conhecimentos para modificar o cenário de sustentabilidade no Brasil e provocar uma mudança de consciência das pessoas", complementa Ana Ivna.

A escolha do melhor projeto

O desafio HENRi@Nestlé contou com 72 projetos mundiais inscritos, entre eles, 12 internacionais e 60 brasileiros. "O ambiente criativo e de inovação está em ascensão no Brasil e os números do nosso desafio mostram que há um estímulo contínuo em busca de um mindset de transformação e dinamismo", avalia Carolina Sevciuc.

Por meio de desafios como o dos canudos plásticos, a Nestlé busca alcançar o máximo possível de pessoas em todo o mundo, a partir da busca por soluções para vários desafios de negócio, que passam por inovação de produtos, sustentabilidade, saúde, nutrição, entre outros temas. A companhia está aberta a soluções que podem envolver novos tipos de embalagens, incentivo a mudanças de comportamento do brasileiro em relação ao uso dos canudos de plástico, ou até mudanças na cadeia de suprimentos.

De acordo com a organização Ocean Conservancy, canudos de plástico são o sétimo item mais coletado nas areias das praias em todo o mundo e, na maioria das vezes, deslocam-se da areia para o mar, poluindo a água e prejudicando a fauna marinha. "Essa é uma questão de grande importância para a Nestlé. Reconhecemos que os canudos de plástico se tornaram um desafio global e estamos preparados para tomar medidas decisivas para ajudar a resolvê-lo. Com a plataforma, conseguiremos fazer isso de uma forma muito mais ágil e aberta a muitas formas de repensar esta questão", explica Sevciuc.

Sustentabilidade

Na abertura do evento, a diretora de Bebidas da Nestlé, Fabiana Fairbanks, lembrou que a proposta da plataforma faz parte de um projeto que a companhia iniciou em fevereiro, em três grandes frentes, com foco na questão dos canudos:

- A parceria de NESCAU com o Projeto Tamar – um dos principais projetos socioambientais do Brasil – na campanha #JogaJunto, por meio de apoio financeiro ao projeto e a criação conjunta de campanhas de conscientização sobre a preservação do meio ambiente. Também com NESCAU, a Nestlé lançou os packs de NESCAU Prontinho com canudos de papel.

- Em outra frente, a Nestlé Brasil apoia e estimula a cadeia de reciclagem, com a participação em iniciativas com o CEMPRE (Compromisso Empresarial pela Reciclagem) e o Reciclar pelo Brasil, ambos envolvendo a indústria na busca por soluções ao tema.

- O prêmio HENRi@Nestlé completa essa cadeia positiva no estímulo a propostas e ideias para a questão dos canudos junto a empreendedores e startups.

Transformação digital

Criada pela empresa em 2016, na Suíça, a plataforma HENRi@Nestlé é um espaço aberto pela companhia para receber ideias que combinem o espírito inovador e a agilidade das startups à experiência da empresa em projetos altamente escalonáveis que resultem em ações que façam a diferença para a Nestlé e para a sociedade. Desde o lançamento, a plataforma – que leva o nome do fundador da empresa, Henri Nestlé – lançou globalmente 14 desafios, que receberam mais de 450 inscrições vindos dos cinco continentes, o que levou a parcerias com vários empreendedores para o lançamento de soluções e serviços. Os projetos podem ser conhecidos na plataforma.

Engenharia Ambiental e Sanitária na Unifor

Nota máxima em Conceito de Curso (5) atribuída pelo Ministério da Educação (MEC), a graduação da Unifor oferece formação científica e tecnológica, ao desenvolver a cultura investigativa em uma abordagem multidisciplinar, integrada e sistêmica de todas as questões ambientais. A matriz curricular contempla formação completa, desde as disciplinas básicas de engenharia à química e biologia, a fim de permitir a melhor compreensão da complexidade que é o meio ambiente.

As disciplinas do núcleo de formação básica se alternam com as de formação profissionalizante e específica. Isso possibilita a flexibilização e a interdisciplinaridade do currículo e a formação de jovens profissionais preparados para atuar nos competitivos mercados local, nacional e global.

Como graduado da Unifor, o aluno vai estar capacitado para atuar na promoção do desenvolvimento econômico sustentável, ao ter um perfil profissional que é cada vez mais demandado pelo mercado, seja no setor público ou privado. Além disso, poderá coordenar e supervisionar equipes de trabalho, realizar pesquisa científica e tecnológica e estudos de viabilidade técnico-econômica. Outras capacidades desenvolvidas são as de projetar, executar e fiscalizar obras e serviços técnicos, efetuar vistorias, perícias, avaliações e auditorias, emitir laudos e pareceres.

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