Isolamento social reduz em até 50% a quantidade de ozônio no ar de Fortaleza

Pesquisa avaliou dia e horário considerados comuns na rotina da Capital. Pesquisadores da Universidade Estadual do Ceará (Uece) buscam identificar os impactos da quarentena na qualidade do ar.

Escrito por Redação , metro@svm.com.br
Legenda: Menor circulação de automóveis e de pessoas nas ruas pode contribuir para melhoria da qualidade do ar
Foto: Foto: Camila Lima

Durante o período de isolamento social e do fechamento do comércio, pesquisadores da Universidade Estadual do Ceará (Uece) apontaram que a presença do gás ozônio no ar de Fortaleza chegou a ter redução de 50%. Estudo tem sido realizado buscando investigar os impactos que a diminuição das atividades sociais, industriais e comerciais tiveram na qualidade do ar. 

A redução de 50% foi identificada no último dia 9 de abril, uma quinta-feira, na comparação com o mesmo dia em 2018 e 2019 - quando o 9 de abril também foi dia útil, conforme série histórica. A queda foi registrada entre 6h e 13h em estação de monitoramento que funciona na entrada do campus Itaperi, em Fortaleza.

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O Laboratório de Conversão Energética e Emissões Atmosféricas (Laceema), vinculado aos Laboratórios Associados de Inovação e Sustentabilidade (LAIS/Uece), tem focado na medição de incidência do gás ozônio, que é um dos parâmetros regulamentados e utilizados pela legislação ambiental brasileira para monitoramento do ar. Além dele, também estão listados o dióxido de enxofre, monóxido de carbono, dióxido de nitrogênio, chumbo, partículas totais em suspensão, fumaça e partículas inaláveis. 

Segundo a coordenadora do Laceema, Mona Lisa Moura de Oliveira, a escolha de utilizar o ozônio foi motivada por perceber o gás como um dos parâmetros mais importantes. 

“Diversas instituições ambientais buscam o parâmetro mais impactante. Existem outros para medir a qualidade do ar, mas se um estiver ruim, a qualidade do ar está ruim. O ozônio tem sido monitorado porque ele é o que mais te apresenta características de qualidade do ar e o que você tem mais segurança”, explica.

A doutora em engenharia mecânica também acrescenta que Fortaleza já tem uma boa qualidade de ar, considerando os estudos realizados desde 2014. Portanto, a pesquisa busca saber o quanto a qualidade melhorou em comparação com outros anos, como 2018 e 2019. 

Análises

Para a realizar a comparação dos dados, a pesquisa da Uece busca utilizar mesmos horários e locais, mantendo também condições climáticas similares. “Choveu e ventou. Vai interferir? Claro que vai, então tudo isso tem que ser verificado”, aponta Mona Lisa. A escolha da análise do dia 9 de abril, por exemplo, foi feita considerando que era um dia de semana, se atentando também aos horários. 

O monitoramento da qualidade do ar será realizado ao longo de todo o período de isolamento social, buscando analisar também o impacto do ozônio no comportamento respiratório das pessoas. Os dados completos da pesquisa devem ser apresentados em julho ou agosto, comparando com o cenário de Fortaleza com Lisboa.

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