Inclusão de pessoas com síndrome de Down nas escolas e no mercado de trabalho é tema de evento

Uma carta-documento foi elaborada e, posteriormente, será enviada para os gestores municipais e estaduais nos próximos dias, a fim de que eles encontrem uma solução para as dificuldades enfrentadas por este público cotidianamente

Escrito por Redação ,
Legenda: A explicação das características físicas singulares das pessoas que têm síndrome de Down é que elas têm uma alteração no cromossomo 21, o que causa uma propensão maior a doenças
Foto: Foto: José Leomar

Objetivando estimular o desenvolvimento integral das pessoas com síndrome de Down, bem como a valorização e a inclusão delas na sociedade, aconteceu, na tarde desta quinta-feira (21), na sede da Escola de Saúde Pública do Ceará, um evento que abordou a vida de crianças, adolescentes, jovens e adultos que nasceram com a condição genética, visando listar pontos críticos enfrentados por eles.

A data foi escolhida porque hoje é comemorado o Dia Mundial da Síndrome de Down. A carta-documento deve ser apresentada aos gestores municipais e estaduais nos próximos dias, a fim de que encontrem uma solução para os problemas deste público. A explicação das características físicas singulares das pessoas que têm síndrome de Down é que elas têm uma alteração no cromossomo 21, o que causa uma propensão maior a doenças.

Embora apresentem algumas limitações intelectuais e de aprendizado, elas têm boa comunicação e personalidade única. Profissionais da área de saúde, educação, trabalho e jurídica, além de representantes da Sociedade Cearense de Pediatria, Associação Fortaleza Down e Empoderamento Down estiveram no encontro para discutir o assunto.

Estigma

De acordo com a coordenadoria de Ensino, Pesquisa e Programas Especiais (CEPPES), Anamaria Cavalcante, às pessoas com síndrome de Down ainda são muito estigmatizadas e sofrem preconceitos diariamente.

A sociedade criou estigmas por pensar que essas crianças não têm chances de se relacionar. Isso não é verdade. Hoje eles dançaram, tocaram piano, fizeram todo o cerimonial, protagonizaram uma peça de teatro, mostrando como são sensíveis e capazes", afirma, completando que, embora haja a Lei Brasileira de Inclusão, no Ceará, há a necessidade da criação de um projeto de contratação de pessoas com síndrome de Down por parte das empresas.

Para o presidente da Associação Fortaleza Down, José Landim Ferraz, o primeiro desafio enfrentado por pessoas com síndrome de Down é com a família, que, por vezes, tem uma certa insegurança e não veem independência e autonomia neles. Ele também pontua que hoje em dia faltam políticas públicas regulares de capacitação, o que colabora no desconhecimento das capacidades que elas têm no desenvolvimento de funções no mercado de trabalho.

"Nós sabemos que o grande agente modificador é o poder público, e as ações desenvolvidas por nós que conseguem transformar a sociedade. Nós provocamos e, desta forma, tentamos abrir oportunidades", finaliza.


 

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.