Histórias de amizade e superação dão o tom do segundo dia de ENEM em Fortaleza

Na Unifor, um dos locais de aplicação da prova, candidatos relatam experiências que os motivaram a prestar o exame

Escrito por Redação ,

Foi pela insistência da amiga, a dona de casa Maria Valniza Ferreira Costa, de 62 anos, que Diana Félix da Silva, 52, resolveu prestar o Exame Nacional do Ensino Médio neste ano. “Ela me incentivava sempre e começamos uma a ajudar a outra. Por isso, estou aqui”, relata. Ambas são estudantes da Escola de Ensino Fundamental e Médio Iracema, localizada no bairro Alagadiço Novo, e estavam ansiosas aguardando a abertura dos portões da Universidade de Fortaleza (Unifor) neste domingo (11), segundo de aplicação das provas do ENEM.

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Diana conta que há 33 anos estava sem estudar e, por isso, a preparação para a prova foi “lenta”, em suas palavras. “Cheguei até aqui porque Deus me ajudou. Acredito que estudei o suficiente e estou confiante”, afirma, informando, na sequência, que deseja cursar Gastronomia. “Adoro cozinhar para os meus parentes e acho que posso fazer um bom trabalho nessa área”.

Legenda: As amigas Maria Valniza Ferreira Costa (à esquerda) e Diana Félix da Silva compartilharam a experiência de realizar pela primeira vez o teste
Foto: Foto: José Leomar

Já Valniza diz que, desde menina, alimenta o sonho de ser engenheira – possibilidade eclipsada pela falta de oportunidades oferecidas no município natal, Itatira, interior de Canindé. Mesmo após anos distante de uma sala de aula, o que sobra na mulher é força para continuar. “Desistir é pros fracos. Isso não existe na minha vida”.

Otimismo

História semelhante pode ser lida no olhar esperançoso de Maria Izildete Ferreira da Silva, de 72 anos, também lotada na Unifor para fazer o teste. A exemplo de Diana e Valniza, igualmente presta o ENEM pela primeira vez, e deseja cursar Arquitetura. 

Legenda: Exibindo confiança, Maria Izildete da Silva, de 72 anos, se preparou para garantir vaga em Arquitetura
Foto: Foto: José Leomar

Ao se agarrar na religiosidade, se diz realizada ao conseguir passar pelo primeiro dia de provas e chegar no segundo. “Sou muito grata ao Pai Celestial  por isso. Acredito que vai dar tudo certo”, torce, relatando que conseguiu aproveitar a oportunidade neste ano após parar os estudos cedo, ainda na adolescência, em Fortaleza.

Adiante

Ainda que enfrentando as sequelas de um acidente de moto ocorrido há cinco meses, Quézia Souza, de 17 anos, também não desistiu do sonho de tentar cursar Direito em uma universidade. Amparada pelo pai, Venicio Sérgio Araújo, 47, e a irmã, Letícia Souza, 21, ela compareceu à Unifor com garra. “A história dela é de muita dedicação. Mesmo passando por tratamentos para cuidar do que aconteceu, não desistiu e está indo com esperança”, afirma Letícia.

De um modo geral – em meio a pais e professores incentivando filhos e estudantes; grupos religiosos dando força para candidatos; e pessoas alavancando uma renda extra ao vender itens como caneta e lanches – , o movimento no segundo dia de aplicação de provas do ENEM na Unifor foi tranquilo, conforme apurou equipe de reportagem do Sistema Verdes Mares. Houve apenas uma pessoa atrasada e não foram registrados casos de imprudência.
 

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