“Faltava apenas dois minutos para a gente sair”, revela aluno de escola onde o teto desabou

Os alunos revelam o medo que sentiram, especialmente porque estavam prestes a sair de uma reunião religiosa que eles fazem toda semana, em um auditório vizinho ao local atingido pela queda

Escrito por Redação ,
Legenda: Era um dia letivo normal na escola, quando parte do teto desabou e apavorou quem estava presente
Foto: Foto: Thiago Gadelha

Os alunos da Escola Estadual de Ensino Profissionalizante (EEEP), Maria Ângela da Silveira Borges, onde parte da estrutura do teto desabou na manhã desta sexta-feira (29), revela o medo e o alvoroço causados após o incidente. Além de alunos, professores e funcionários que estavam na escola, no bairro Vicente Pinzón, em Fortaleza, durante o episódio ficaram apavorados com o episódio, que aconteceu no intervalo do almoço, antes do início das aulas da tarde.

Com o barulho da queda, muitos alunos se assustaram, especialmente após a última quarta-feira, quando um muro da escola também havia caído. Em entrevista ao Sistema Verdes Mares, alguns alunos, que permaneceram no local, relataram que a estrutura gera problemas recorrentes na instituição. Uma parte desses alunos utilizam o período de almoço para fazer uma reunião religiosa, que eles chamam de “célula”. 

O encontro acontece todas as sextas-feiras em um auditório localizado ao lado do local atingido pela queda. De acordo com Breno Sousa, aluno do segundo ano do ensino médio e do curso profissionalizante de Administração, o incidente ocorreu minutos antes do final do encontro semanal.

“Eu estava na célula, que é um projeto que eu fiz com meus amigos. A gente estava na oração e adoração ao Senhor, com outros jovens. No auditório, tinha mais ou menos 15 pessoas. Faltava apenas dois minutos para a gente sair. A gente pensou que era trovão porque o barulho foi intenso. As pessoas começaram a se desesperar, correr, chorar, passar mal”, revela o estudante.

“Foi um susto muito grande. Fiquei nervoso demais, quase passei mal porque meu coração acelerou demais. Naquele momento minha reação era só chorar. Até agora lembrando, eu ainda me emociono”, complementa Flávio Ferreira, 15, estudante do segundo ano do ensino médio e do curso de Petróleo e Gás.

“Eu estava no topo da rampa e escutei o tremor. Quando olhei para trás, vi goteiras e logo depois o teto terminando de cair. E minha única reação foi correr. Eu vi uma menina sendo pisoteada e ajudei ela”, revela Nilton Cézar, que estuda Administração na escola, além do segundo ano do ensino médio. Ele revela que uma colega se machucou durante a correiria.

'A gente só quer nosso direito de estudar'

Cecília Santos é mãe de uma aluna da escola, e estava trabalhando quando recebeu a notícia. “Eu estava no trabalho quando ela me ligou apavorada porque tinha acabado de acontecer isso aqui.  Mas graças a Deus que não aconteceu nada. Porém, a gente fica assustada porque o forro da sala dela já caiu uma vez, quarta-feira caiu o muro aqui da escola, e hoje foi isso”, revela a doméstica.

“O pior é que isso prejudica a nós, alunos. Eu sou do primeiro ano. Íamos fazer uma prova amanhã, mas foi cancelada. A gente só quer nosso direito de estudar”, comenta Thamires Santos, com a voz ainda embargada, relembrando dos momentos de pavor. No próximo sábado (30), os alunos participariam de um "sábado letivo", mas as atividades tiveram de ser canceladas devido aos últimos episódios.

“Não estamos nem na metade do ano e já aconteceu duas situações dessas. Isso deixa a gente muito desamparado e muito triste”, ainda complementa Flávio Ferreira. 

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