Coronavírus: Grande Pirambu pode ser ponto crítico de contágio após Regional II, diz Prefeitura

Área registra grande densidade populacional, com até 60 mil pessoas vivendo no mesmo quilômetro quadrado

Escrito por Redação ,
Legenda: Coordenador da epidemiologia de Fortaleza diz que região tende a sair do isolamento social.
Foto: Foto: José Leomar

O novo coronavírus chegou a Fortaleza nos bairros mais centrais da cidade, na Regional II, de acordo com a Prefeitura. Porém, com o avanço dos casos, a covid-19 ameaça agora os bairros da periferia da Capital, sobretudo na Regional I, onde há maior densidade populacional, como alerta o coordenador da Célula de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e professor do curso de Medicina da Universidade de Fortaleza, Antonio Lima. 

“Esse momento é de propagação para outras áreas e mais preocupante no Grande Pirambu e no Grande Vicente Pinzón, porque temos observado casos graves e óbitos suspeitos nesses bairros”, explica Lima.

Até a manhã desta sexta-feira (10), a cidade registrou 1.313 casos confirmados e 45 óbitos. A infecção viral teve como porta de entrada os bairros Meireles e Aldeota, que possuem maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), “vinculada a casos importados que vieram de outros Estados e países”. 

Contudo, na última semana, mais de 90 bairros já apresentaram registros de pelo menos um caso da doença.

“Estamos falando de áreas vulneráveis, com muitos habitantes por domicílio e onde o isolamento é mais difícil. Por isso, a gente tenta bloquear o aumento de casos”, diz o coordenador, reforçando o isolamento social como medida importante de prevenção.

Adensamento

Segundo a plataforma Fortaleza em Mapas, do Instituto de Planejamento de Fortaleza (Iplanfor), o Grande Pirambu - formado por bairros como Cristo Redentor, Barra do Ceará e Carlito Pamplona - tem densidade entre 26 mil e 61 mil pessoas por km². No Vicente Pinzón, a medição varia de 24 mil a 49 mil habitantes por km².

O especialista ressalta que, quando um caso grave ou uma morte é notificada num bairro, “significa que você está vendo só o topo do iceberg”, já que o número de casos graves representa de 5% a 10% dos casos totais.

Antonio Lima reforça que, sem aplicar o isolamento social, Fortaleza poderia ter até cinco vezes mais casos de coronavírus do que os contabilizados até o momento. Ele destaca ainda que a Capital tem realizado um número de testes “bem elevado”, entre 250 e 400 exames diariamente.

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