Coronavírus: Como os idosos estão enfrentando o isolamento

Pessoas com mais de 60 anos são considerados do grupo de risco da Covid-19 e estão buscado alternativas para conviver melhor com a obrigação de ficar em casa

Escrito por Redação ,
Legenda: Dona Eliza, de 96 anos, moradora do bairro Bom Jardim, apesar de ser muito ativa, está usando esse seu tempo, em casa com a família, para exercitar uma de suas paixões, o crochê
Foto: Foto: Arquivo Pessoal

O que mais se falou durante esses dias de pandemia do novo coronavírus são os cuidados com as pessoas que fazem parte dos grupos de risco, àqueles com mais probabilidade de serem contaminados com a  Covid-19, Entre eles estão os idosos, que têm a saúde mais fragilizada e devem se manter isolados. No Ceará, os idosos são número significativo dos casos confirmados da doença. Mas como as pessoas com mais de 60 anos estão enfrentando a obrigatoriedade de isolamento social?  

Francisca Bonfim, de 68 anos, ou Dona Francisca para os que a conhecem, está em isolamento social a 1,5 quilômetros de distância da filha e das netas, pois além de pertencer ao grupo da terceira idade ela também é diabética. Apesar de já ter passado um tempo sem costurar, Francisca voltou a ativa depois que os netos nasceram. A costura assumiu um papel terapêutico na vida da idosa que neste momento, de quarentena, está produzindo roupas para as bonecas das netas Hanna, de 5 anos e Isabelle, de 4 anos, como passatempo. 

Para Dona Eliza, de 96 anos, moradora do bairro Bom Jardim, apesar de ser muito ativa, está usando esse seu tempo, em casa com a família, para exercitar uma de suas paixões, o crochê, que também funciona como a principal ocupação no momento.

“Nós estamos passando por essa crise, mas se Deus quiser vai passar”, são os pensamentos de Eliza, sobre esse momento de isolamento.  

Já Maria Justino, professora do município, de 64 anos, residente do bairro José Walter, em Fortaleza, procura ocupar o seu tempo, durante esse momento de quarentena se exercitando, por meios de vídeos do Youtube e com a leitura, sempre presente em sua vida. “Não é momento de lazer, mas também não é momento de nos desesperamos. Vamos ter esperança, que logo logo tudo isso passa”, pontuou a professora.    

“Tem horas que me sinto refém de um vírus, mas em outros momentos penso que seja um momento para refletirmos o quanto a humanidade está precisando disso. Desse aconchego familiar, dessa presença física das pessoas que amamos”, disse Maria Justino. 

Ações
Projetos como a Rede de Mulheres Empreendedoras Sustentável (Remes), que trabalha com um número significativo de idosas em suas ações, se tornam importantes instrumentos na conscientização sobre a Covid-19 e no estímulo de atividades que ajude esse grupo nesse momento de isolamento social. A comunicação e o trabalho com os idosos, em tempos de novo coronavírus, estão sendo feitos através do uso de telefones.  

O Remes que está presente em mais de 27 bairros de Fortaleza e em municípios do Interior, está estimulando as integrantes da rede a continuarem produzindo seus artesanatos, mas, neste momento, dentro do casa. “São idosas que já faziam artesanatos, então a gente estimula que elas fiquem em casa fazendo arte, já que não podem sair. Nós aconselhamos também a família, inclusive estamos com um maior cuidado com quem tem familiar que sai e volta. A idosa também é vulnerável em casa”, explicou Geni Sobreira, uma das fundadoras do projeto.

“Outras a gente tá estimulando a escrever as experiências e agora tem a novidade, que é fazer os exercícios em casa mesmo. Arranjar um cantinho para dar umas passadas, uma garrafa pet, encher de água para levantar. A gente vai buscando as informações e repassando”, pontuou Geni.

Magda Costa, de 62 anos, conselheira tutelar e universitária, é uma das idosas que está sendo estimulada no seu dia-a-dia pelo projeto. Produzindo crochê, é assim que ela está passando esse período de isolamento. “ Entre uma atividade e outra [dentro de casa], eu faço crochê”, contou. “Eu sou crocheteira né?, concluiu. 

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