Coelho não é presente de Páscoa, diz Conselho de Regional Medicina Veterinária

A instituição afirma que, se estiverem fora do habitat natural, os animais podem apresentar problemas de saúde

Escrito por Redação ,
Legenda: Para criar animais, é necessário que a pessoa tenha boas condições, não só financeiras, mas de uma estrutura familiar que eles possam viver dignamente, alerta o órgão
Foto: Foto: Arquivo

A Páscoa é uma comemoração religiosa que celebra a ressurreição de Jesus Cristo. Simbolizando a esperança, uma nova era e a vida em um modo geral, a festa é considerada uma das mais importantes para os cristãos. Presentear amigos e familiares com ovos de chocolates se tornou algo comum nos últimos tempos.

Algumas pessoas, no entanto, compram animais, por exemplo coelhos, tidos como símbolos pascais, no intuito de dar às crianças. O Conselho de Medicina Veterinária diz que a aquisição representa uma agressão muito forte aos animais, pois, com a retirada deles dos habitats naturais, eles podem apresentar problemas de saúde.

Os animais vivem em grupos. Quando são levados para morar em residências, em determinadas situações, eles passam a ficar sozinhos. O reflexo da solidão pode acarretar na má alimentação dos coelhos, o que colabora no surgimento de patologias, explica o presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Ceará (CRMV-CE), Célio Pires Garcia. 

Cada espécie, afirma, tem costumes alimentares e modelos de criação. Tirar animais do habitat natural e oferecer como presente de Páscoa ou em qualquer outra data comemorativa a uma criança é uma agressão muito forte. Nos coelhos, a situação faz com que surjam doenças, principalmente as micoses, que se concentram nas orelhas e no focinho. Alguns donos não dão os cuidados devidos e os abandonam.  

Organização 

De acordo com o médico veterinário, quando uma pessoa adquire um animal, ele deve ser criado solto. No caso dos coelhos, diz, eles podem destruir móveis, já que são roedores.

“Eles começam a danificar a estrutura, e alguns passam a ser criados em gaiolas, em um ambiente restritivo, com alimentação inadequada. Às vezes, a pessoa quer criar um animal, mas não tem condições, não só financeiras, mas de uma estrutura familiar que o animal possa viver”, destaca. 

Célio Pires Garcia explica que é preciso entender que os animais precisam ser bem cuidados. Um cachorro, por exemplo, deve ser levado para caminhar diariamente, principalmente se o dono morar em apartamento. É necessário limpá-lo, educá-lo para não gerar problemas dentro de casa.

“As pessoas devem avaliar tudo para criar animais, independente da raça ou do sexo, para que eles não venham a se tornar um problema futuro”, enfatiza. 

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