Cemitério de Fortaleza recebe 70 mil visitantes para homenagear finados

Em locais como o São João Batista, visitantes foram recebidos com música. Já no Parque da Paz, foram realizadas cinco celebrações em homenagens aos mortos

Escrito por Redação ,

As irmãs Maria Zulene e Socorro foram com a mãe, Francisca de Oliveira, orar e enfeitar com rosas o túmulo do pai, Geraldo, morto há quatro anos. Muito emocionadas, elas simbolizam todas 70 mil pessoas que passaram pelo Cemitério Parque da Paz entre a quinta-feira e nesta sexta-feira (2), Dia de Finados. Para marcar a data, missas, orações silenciosas, cânticos e decorações deram vida a um espaço lembrado pela morte. Esse ano, não houve a já tradicional chuva de pétalas, mas cinco celebrações - 8, 10, 12, 14 e 16h30 – encheram a pequena capela do campo santo. 

“A saudade é grande e a lembrança dele nunca vai se apagar em nossos corações”, diz a mais velha, Maria Zulene. “Aqui, a gente reza por sua alma e nos sentimos mais perto”, frisa. Assim como a mãe e filhas, o auxiliar de administração, José Francisco da Silva. “Faz dez anos que meu pai nos deixou, mas nunca vamos o esquecer. Por isso, nesta data, é momento de o homenagear”, diz. 

Outra bastante emocionada, a estudante Andreza Lima, fez um coração com pétalas de rosas no jazido de seu pai. “Quando ele morreu, eu tinha dois anos de idade e não sabia o que tinha ocorrido. Agora, sempre que posso venho aqui, rezo e peço bênção”, comenta com lágrimas nos olhos. 

 

São João Batista 

Já no cemitério São João Batista, o mais antigo de Fortaleza, os visitantes foram recebidos com música, tocadas por um violonista. A saudade do marido apertou o coração da dona Elita Almada. Ainda mais quando ouviu “Fascinação”, música que a faz relembrar muitos momentos ao lado do companheiro. 

Ao longo do dia, seis missas estão sendo celebradas na capela do local.  Antes de cada missa, os nomes daqueles que já morreram eram colocados em uma lista de intenções pelos familiares. Mutio, como a dona de casa Lucia Paiva, distribuíram orações de São Francisco.

 

Messejana 

Orações e aplausos para os que partiram e para os que ficaram, cheios de saudades. Esse era o sentimento de quem passou pelo Cemitério de Messejana. Um dos locais mais simbólicos do cemitério é onde as pessoas acendem velas, nas proximidades do muro. Para elas é uma forma de homenagear os que já foram e de manter sempre a chama acesa a chama da vida. 

O comerciante Régis Paiva preferiu colocar as dele no túmulo onde estão os entes queridos. Ele veio com o pai e o tio, mantendo uma tradição familiar. “É importante vim visitar os que amamos”. 

O dia também foi de tributos no São Vicente de Paula, no Mucuripe. Na calçada, os ambulantes vendiam arranjos e coroas de flores. Enquanto lá dentro, muitas orações e emoção de familiares e amigos perante os túmulos. 

 

Jardim do Éden e Parque da Saudade

No cemitério Jardim do Éden, em Pacatuba, o dia foi de saudade para aqueles que perderam entes queridos. Por lá, a programação religiosa começou bem cedo. Iraci Nogueira, aproveita a data para reforçar os laços com o sagrado, enquanto fez preces a memória dos seus parentes que já partiram, "se Deus permitir eu voltarei todos os anos enquanto estiver viva, nunca vou esquecer minha mãezinha", afirmou a aposentada. Foi realizada uma cerimônia evangélica. Mas independente do credo de cada um, a emoção era a mesma. Para Valdemar Fernandes, "Jesus é superior a qualquer religião, só ele pode nos confortar", afirmou o missionário cristão.

Já no cemitério Parque da Saudade, em Caucaia, segundo os administradores, mais de 30 mil pessoas passaram pelo campo santo no dia de finados. Saudade e conforto, são sentimentos que predominam. Caso de Cida, que há 11 anos perdeu a mãe, "muita saudade, muita saudade, só restam as boas lembranças", afirma emocionada a dona de casa. por volta das 11h, um helicóptero sobrevoou o cemitério, e lançou pétalas de rosas. Nada melhor que as flores para simbolizar o ciclo da vida.

 

 

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