Bom Jardim e Mondubim somam 79 óbitos infantis desde 2017

Dois dos 18 bairros da Secretaria Regional V têm o maior número de óbitos infantis em Fortaleza, de acordo com dados da Secretaria Municipal da Saúde (SMS)

Escrito por Redação ,
Legenda: Para diminuir a incidência dos casos, Antônio Lima sugere o incentivo ao planejamento familiar e discussões sobre a prematuridade, condição frequentemente associada à mortalidade infantil.
Foto: Foto: Kid Junior

Alguns bairros de Fortaleza ainda convivem com a mortalidade de crianças com maior frequência, apesar da tendência de queda que acompanha a taxa de mortalidade infantil na Capital. O índice já chegou a 101,5 óbitos a cada mil nascidos vivos, em 1981, e, em 2018, chegou a 11,8 mortes a cada mil nascidos vivos. Desde 2017, porém, Mondubim e Bom Jardim somaram 79 óbitos infantis

Os dados foram apresentados pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS) nesta quinta-feira (19), durante o Seminário Mais Vida – Missão Infância, realizado em parceria com a Sociedade Cearense de Pediatria (Socep).  

Ambos os bairros pertencem à Secretaria Regional V. Em 2017, o Bom Jardim registrou 11 óbitos infantis, aumentando para 15 em 2018, e voltando a 11 até setembro deste ano. Já no Mondubim, foram 18 óbitos em 2017, reduzindo para 13 no ano seguinte, e 11 até este mês. 

“O Bom Jardim é o único bairro de Fortaleza que não apresentou variação importante, ao longo de 2017 a 2019. O ano de 2017 foi um ano com índices muito altos de mortalidade infantil e, de 2017 para 2018, todos os bairros com maior número de óbitos diminuíram a quantidade, menos o Bom Jardim, que aumentou. Isso fala de um contexto socioeconômico, ambiental e de questões de saúde”, explica Antônio Lima, gerente da célula de Vigilância Epidemiológica da SMS. 

O bairro Jangurussu somou 42 óbitos infantis desde 2017, seguido por Messejana, com 36 casos desde 2017, ainda de acordo com a SMS. O Vicente Pinzon, com 30 registros, é o último entre os cinco bairros com o maior número de óbitos infantis. 

Para diminuir a incidência dos casos, Antônio Lima sugere o incentivo ao planejamento familiar e discussões sobre a prematuridade, condição frequentemente associada à mortalidade infantil. “Temos que fazer o pré-natal, buscar as mães nas áreas que a gente tem uma menor cobertura e ir atrás das mães mais vulneráveis, vamos tratar as infecções urinárias e a hipertensão gestacional. Assim, a gente pode ter um impacto importante”, afirma. 

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