Bloco de faculdade é interditado pela Defesa Civil; instituição nega problema estrutural

Defesa Civil informa que não há riscos de desabamento no prédio. No entanto, o órgão entendeu que havia necessidade de interdição

Escrito por Redação ,
Legenda: Agentes da Defesa Civil visitam faculdade UniAteneu para avaliar estrutura
Foto: Foto: Isanelle Nascimento

Um dos blocos da faculdade particular UniAteneu foi interditado pela Defesa Civil, no bairro Messejana, em Fortaleza, nesta sexta-feira (18), após ser constatada uma "fissura" na estrutura, segundo o órgão da Prefeitura. A instituição vai ser notificada para apresentar a documentação legal da obra em 72 horas. Os responsáveis pela faculdade, no entanto, negam que houve interdição e reforçam que a edificação não apresenta problemas estruturais.

A própria Defesa Civil reconhece que não há riscos de desabamento no prédio. No entanto, entendeu que havia necessidade de interdição em um dos blocos onde se constatou a “fissura” e queda de partes do reboco. No restante da instituição é permitida a circulação das pessoas.

“Como é uma reforma e por conta da fissura que tanto Defesa Civil como Bombeiros verificaram, a gente precisa ter a certeza, a confirmação, de que a estrutura foi feita da maneira adequada”, esclarece o coordenador da Defesa Civil Luciano Agnelo.

Já o fundador da UniAteneu, Cláudio Bastos sustenta que a unidade está funcionando normalmente e, portanto, não foi interditada.

Cerca de três mil alunos estudam no campus localizado na Rua Manuel Arruda, em Messejana. O bloco interditado pela Defesa Civil abriga salas de coordenação e a sala de estudos da biblioteca.

Imagens compartilhadas na internet

Fotos e vídeos do local foram compartilhados na internet nesta sexta dando a entender que um dos blocos do prédio havia tombado e estaria forçando seu peso sobre o outro. Entretanto, a Defesa Civil explica que houve um processo contrário, e, na verdade, as duas estruturas em questão sofreram um afastamento.

“As outras áreas não apresentavam risco, era só aquele bloco por conta da separação entre um bloco e outro. Na outra área, o prédio está colocado com o outro. Na verdade, ele fez foi afastar. Se imaginava que tava forçando o outro, e na verdade houve uma dilatação maior”, diz o coordenador.

O engenheiro da obra, Daniel Monteiro, informou que a unidade foi concluída em 2016, e reforçou que o prédio não tombou e que as imagens e mensagens compartilhadas são falsas.

“Entre uns blocos e outros são previstos as chamadas juntas de dilatação. É um local programado pra que as edificações possam trabalhar e não acontecer patologias. O reboco avançou um pouco sobre a junta de dilatação e ocasionou uma fissura no reboco, não na estrutura. Isso não é um problema estrutural. O prédio não tombou”, reitera.

'Prejudicados'

Um dos sócios da UniAteneu afirmou que eles estão sendo prejudicados pelas imagens.

“Estamos sendo prejudicados por um aluno que bateu uma foto em um ângulo dando a entender que há uma rachadura. É um completo absurdo”, enfatiza Rafael Bastos.

Um fiscal do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Ceará (Crea) que também avaliou o local confirma que não verificou riscos na estrutura.

“Nós olhamos e verificamos que não acontece nada. É uma obra nova. Não tem rachadura vertical, não tem nada. Todo prédio tem pequenos movimentos. Como aquele prédio foi feito um coladinho no outro. O movimento chegou a derrubar o reboco. É um pequeno movimento na estrutura”, frisa Luís Otávio.

O coordenador da Defesa Civil, Luciano Agnelo, acrescenta que foi deixado um laudo no local e que a área do bloco foi lacrada, não podendo haver circulação de estudantes ou funcionários naquele espaço.

A liberação do bloco deve ocorrer após as 72 horas de prazo para apresentação de documentações como alvará, projeto, Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), certificado dos bombeiros, entre outros.

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