Beira-Mar: coqueiro que caiu e atingiu pedestre foi vistoriado em dezembro

No último mês, engenheiros agrônomos da UrbFor constataram que a árvore "não apresentava nenhum dano estrutural aparente que colocasse em risco sua capacidade de sustentação"

Escrito por Redação ,

A árvore que caiu e atingiu uma pedestre, na última terça-feira (29), na Avenida Beira-Mar passou por uma vistoria em dezembro de 2018. De acordo com a Autarquia de Urbanismo e Paisagismo de Fortaleza (UrbFor), a manutenção das árvores no local são feitas periodicamente.

O superintende da UrbFor, Regis Tavares, revela que, por ser ponto turístico, as árvores da Beira-Mar passam por vistorias semestrais. Mas em outros locais da cidade, a UrbFor conta com o apoio da população para denunciar possíveis troncos irregulares.

Por nota, a Autarquia comunicou que em dezembro de 2018, engengeiros agronômos atestaram que o coqueiro “não apresentava nenhum dano estrutural bque colocasse em risco sua capacidade de sustentação. O seu tronco e demais partes foram consideradas saudáveis, sem a presença de ocos ou pragas, com folhagem, brotações e emitindo inflorescências. A queda ocorreu devido ao rompimento do colo da raiz, provocado por uma broca profunda e interna, não visualizável em vistoria de campo”.

Para a engenheira agrônoma do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (b), os principais fatores da queda podem ter sido o tempo, o excesso de vento, a chuva ou o apodrecimento de galhos.

“Por exemplo, as árvores velhas, assim como humanos, elas tendem a ter injúrias provocadas ou por pragas ou por doenças. Então muitas vezes quando ocorre quedas, provavelmente aquele galho já tinha alguma podridão por dentro ou uma penetração de água”, explica a engenheira agrônoma.

O superintendente da UrbFor também alerta para outro motivador das quedas: os parasitas, especialmente os cupins. “Qualquer pessoa, a olho nu, pode notar a presença de parasitas na árvore. Também é possível perceber que o tronco está seco, quebradiço. Situação que não é comum em uma árvore saudável”, explica Regis.

Alguns trabalhadores e pessoas que caminham pela orla da praia reclamam dos troncos inclinados dos coqueiros no local, pois temem outra queda. Contudo, o representante da UrbFor explica que no caso específico das árvores da Beira-Mar, troncos inclinados não são um fator que significa risco iminente à população. “Por conta dos ventos do litoral, as árvores crescem inclinadas”, complementa Regis.

Legenda: População teme risco de queda de outros coqueiros no local
Foto: Foto: Helene Santos

Acidente na Beira-Mar

O coqueiro que despencou, por volta de 20h, poderia ter atingido outras pessoas. Contudo, por conta do horário, o fluxo de pedestres no local era pouco. O artista plástico Kleoman Fontenele, trabalhava no momento da queda, e revela a sorte que teve. 

“Pouco tempo depois de eu passar, o coqueiro caiu bem atrás de mim. Foi por pouco que não me atingia”, revela o pintor que expõem quadros bem ao lado do local onde o coqueiro ficava.

Há outros coqueiros na área onde aconteceu o acidente, porém, Maurício Paulino, vendedor de pipoca no local, revela que “o tronco desse (coqueiro) era mais grosso do que esses (outros) que estão aí. Era diferenciado. Ontem, os Bombeiros cortaram o tronco em 15 partes”, completa o vendedor.

“Não se pode culpar alguém por esse fato isolado. Ser vítima dessa queda é uma mistura de muito azar com fatalidade”, complementa a engenheira agrônoma Neya Diógenes.

Apoio da população

A engenheira revela também que “é muito difícil controlar as árvores na cidade toda. O trabalho de poda contínuo é que pode controlar esses acidentes”. Para a realização desse trabalho, a UrbFor solicita o apoio da população.

“Os órgãos públicos têm que aumentar mais a fiscalização principalmente porque em períodos de chuvas a chuva cai sobre as folhas e aumenta o peso das árvores, tornando os galhos pesados. Precisa averiguar e podar. O ideal é manter sempre em contínuo trabalho de podagem, de seis em seis meses, com um cronograma regular”, complementa Neyla.

Legenda: Árvores e pedestres disputam local no calçadão da Avenida Beira-Mar
Foto: Foto: Helene Santos

O superintendente da UrbFor, Regis Tavares reforça a necessidade da contribuição popular para evitar acidentes como este. “Nós temos uma cidade bastante arborizada, e nem sempre damos conta de fazer um trabalho de prevenção em todos os locais. Por isso, é importante que a população utilize os canais oficiais, pois temos o maior prazer de realizar o serviço”.

Serviço de poda

A UrbFor ainda complementa que solicitações de serviços de prevenção ou retirada da arborização das vias e logradouros públicos devem ser encaminhadas por meio da Central 156. A população também pode procurar a Regional do seu bairro. 

Porém, no período noturno, nos finais de semana e feriados, a demanda deve ser feita junto ao Corpo de Bombeiros pelo número 193. A poda só é realizada após vistoria realizada por um engenheiro agrônomo, caso seja detectada a necessidade de poda ou corte de árvore, a UrbFor executa o procedimento.

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