Bazar solidário atrasa e gera confusão entre consumidores e organização do evento

Algumas pessoas afirmaram que um segurança do local usou spray de pimenta para dispersar quem estava do lado de fora e um outro profissional chegou a intimidar uma mulher que estava filmando a situação, mostrando uma arma de fogo a ela

Escrito por Redação ,
Legenda: De acordo com a organização, o atraso foi motivado por uma falha no sistema de vendas, devido ao sinal ruim de internet do local
Foto: Foto: VC Repórter

Desde antes das 8h deste domingo (5), horário previsto para o início do bazar beneficente do  Lar Amigos de Jesus, Associação Pestalozzi de Fortaleza e Associação Pintando SeTEAzul (APSA-CE), realizado no bairro Mondubim, uma fila se formava na entrada do galpão situado na Rua Jornalista Tomaz Coelho. Às 14h40, os possíveis consumidores se queixavam das horas passadas sob o Sol, sem comer, por medo de perderem o lugar na fileira extensa que ocupava a maior parte do quarteirão.

“Foi um problema interno que causou o problema aqui fora. Muita desorganização. Eu não almocei, estou aqui desde 9h, e já tinha muita gente quando cheguei”, relata o vendedor Carlos Eduardo Gallo, 34. Assíduo frequentador de feiras e bazares, ele afirma que os atrasos em eventos do tipo são um problema recorrente.

“Quando eu cheguei, às 8h, já tinham 37 pessoas na minha frente. Teve gente que passou a madrugada”, diz Francisco Everton, 26. Além do calor e da falta de informação denunciada pelos clientes que aguardavam do lado de fora, o critério para a entrada de consumidores foi questionado.

Segundo o público da fila, desde o início da manhã, carros particulares entravam pelo portão principal do galpão, saindo minutos depois carregados de mercadoria. Nenhuma explicação foi dada pela segurança interna, que controlava o fluxo de entrada e saída do local. A assessoria de imprensa do Lar Amigos de Jesus explicou que os carros que entraram no galpão eram de funcionários que levavam quentinhas para os trabalhadores.

A secretária Luciana Bayer, 40, esperou na fila desde 10h40 até às 16h, quando conseguiu entrar no bazar. Segundo ela, a espera não valeu a pena. “Pra quem querer comprar pra revender, deve valer a pena. Para consumo próprio, não rende. Só vou levar pilhas”.

Intimidação

Testemunhas ouvidas pela reportagem afirmaram que houve uma discussão entre os possíveis compradores e os organizadores do evento por causa do atraso no horário de abertura dos portões.

Algumas pessoas alegaram que um segurança interno usou spray de pimenta para dispersar quem estava do lado de fora. Relatos também descrevem que outro profissional chegou a intimidar uma mulher que estava filmando a situação, mostrando uma arma de fogo. De acordo com a Assessoria de Imprensa do Lar Amigos de Jesus, não foi contratado nenhum segurança armado.

Até às 16h, aproximadamente 250 pessoas haviam entrado no prédio, informou Sandra Barbosa, do Lar Amigos de Jesus. De acordo com ela, o atraso foi motivado por uma falha no sistema de vendas, devido ao sinal ruim de internet do local.

No último sábado (4), diz, a organização tentou resolver o problema de 7h à meia-noite, por isso, faltou tempo pra organizar a mercadoria dentro do galpão. O bazar beneficia três instituições: Lar Amigos de Jesus, Associação Pestalozzi de Fortaleza e Associação Pintando SeTEAzul (APSA-CE), e deve acontecer até o próximo sábado (11). Nos dias seguintes, segundo Sandra Barbosa, o evento terá início regularmente às 8h, e será realizada a distribuição de senhas para os clientes na fila.

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